Com a proximidade do fim do ano letivo, sinais de estresse e ansiedade podem se tornar frequentes entre as crianças, causados por provas, tarefas acumuladas e pressão por bons resultados. O pediatra e 1º secretário da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), Dr. Silvio Baptista, alerta que esses fatores podem impactar tanto o desempenho acadêmico quanto o bem-estar emocional dos estudantes.
As crianças podem apresentar medos sem motivo aparente, angústia, irritabilidade e dificuldade de concentração. Também é comum observar baixa autoestima, alterações no sono e no apetite. Sintomas físicos, como falta de ar, suor excessivo e dores abdominais, podem surgir, prejudicando o desempenho escolar e os relacionamentos com colegas”, afirma o Dr. Baptista.
Segundo o especialista, fatores como bullying, competições excessivas e falta de acolhimento contribuem para agravar esses problemas emocionais. Baptista destaca a necessidade de uma parceria entre escola e família para identificar e enfrentar essas questões. “A escola tem um papel fundamental em perceber mudanças no comportamento das crianças. Instituição e família devem oferecer apoio que respeite as diferenças e celebre os avanços individuais dos alunos”, orienta o pediatra.
Para amenizar os sintomas de estresse e ansiedade, Dr. Baptista sugere estratégias como criar um ambiente familiar acolhedor, reduzir o uso de redes sociais e incentivar atividades lúdicas e ao ar livre. “O diálogo aberto em casa e a priorização do tempo em família são essenciais. Quando necessário, buscar ajuda de profissionais pode fazer a diferença no bem-estar da criança”, explica o especialista.
O médico também reforça a importância de capacitar os profissionais da educação. “Os professores precisam estar preparados para atender às necessidades dos alunos. As atividades escolares devem ser integradoras e acolhedoras, e os serviços de orientação pedagógica devem estar estruturados para resolver conflitos e dificuldades”, ressalta Dr. Baptista, destacando que intervenções precoces são fundamentais para a saúde mental das crianças.
As orientações reforçam a necessidade de atenção e cuidado conjunto entre família e escola, buscando criar um ambiente que favoreça tanto o desenvolvimento acadêmico quanto o emocional dos estudantes.