O câncer é a segunda maior causa de mortes no mundo e estima-se que tenha surgido mais de 18 milhões de novos casos no último ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Só no Brasil, esse número é em torno de 582 mil.
Pesquisas contínuas e inovações na medicina melhoraram significativamente a detecção precoce e o tratamento dos diversos tipos de tumores, dando aos pacientes maiores esperanças de sobrevivência e cura. No entanto, a jornada no combate à doença não é fácil e requer perseverança, além do apoio de familiares e amigos.
Uma parte importante no momento do diagnóstico do câncer é reconhecer as emoções e os sentimentos. De acordo com a Sociedade Americana de Câncer, tratamentos que lidam com esses pilares – também conhecidos como intervenções psicossociais – podem ajudar os pacientes a lidarem com o sofrimento, melhorarem a qualidade vida e o bem-estar em todo o processo curativo.
A psicóloga Lilian Nobre ressalta que o corpo e a mente são interligados. “É importantíssimo que as pessoas com câncer tenham uma perspectiva positiva sobre sua condição. Se manter ativo e ter uma vida social saudável, pode trazer benefícios para lidar com a doença, o estresse e a fadiga, que são comuns durante o tratamento”.
Aliada no tratamento
Assim como para a população em geral, é essencial que a prática do exercício físico seja prazerosa para os pacientes. “É importante que estejam em um ambiente em que se sintam apoiados e tenham um convívio social. Por isso, a Zumba pode ser uma alternativa pois, além dos benefícios físicos no manejo dos sintomas, também é uma aula que promove suporte psicossocial”, explica Regina Chamon, médica hematologista e especialista em medicina Integrativa do Centro Paulista de Oncologia.
Segundo a especialista, a prática de exercício físico para os pacientes é importante em todas as fases do tratamento, desde que sejam liberadas pelo oncologista. Pacientes com metástases ósseas, por exemplo, podem ter restrições.
Cura pela dança
O advogado Edmur Pereira de Nascimento foi diagnosticado com câncer de próstata aos 52 anos e teve um prognóstico ruim. “Minha médica disse que a situação era muito grave e cuidar da mente e recuperar a felicidade ajudariam no tratamento. Ela me indicou um remédio: a Zumba”.
No início, Edmur não acreditou na sugestão, mas resolveu seguir a recomendação. “Participei de uma aula e adorei. Durante uma hora eu ri, cantei, me diverti e esqueci de tudo o que estava me amargurando. Foi então que comecei a praticar a modalidade e nunca mais parei”, conta o advogado que hoje também é instrutor da dança.