Concórdia abriga recém-nascidos, puérperas, gestantes e crianças

Por Marina Klein Telles

Com apenas cinco meses, a bebê Heloísa já enfrenta a segunda enchente de grandes proporções de sua vida. A primeira foi em junho do ano passado, quando ainda estava na barriga da mãe, a adolescente Raiana Driellen da Rosa Peixoto, de 17 anos, durante a passagem de um ciclone extratropical por São Leopoldo, quando ficaram abrigadas no Ginásio Celso Morbach. Além de Heloísa, Raiana é mãe de Isadora, de 3 anos. Moradoras do bairro Campina, as três estão alojadas em uma das salas de aula do Colégio Luterano Concórdia, um dos 88 abrigos da cidade. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o Concórdia recebe preferencialmente puérperas (mães com bebês recém-nascidos), gestantes e crianças em alta do Hospital Centenário.

No local, há equipe de saúde e consultoras de amamentação, além do importante trabalho de voluntários e de um grande número de doações, que não param de chegar. As crianças também contam com atividades lúdicas como desenho, pintura, cinema, uma biblioteca e brinquedos. Segundo o diretor da instituição, André Bender, na tarde da segunda-feira (13) havia cerca de 100 pessoas abrigadas na escola.

“Na primeira enchente a gente não chegou a perder tudo, mas agora não sobrou nada, saí de casa com algumas roupas delas numa mochila e nada mais”, lamenta Raiana. A história dela é semelhante à de Tainara de Oliveira, 27, que também precisou deixar a casa onde morava com as filhas de 10, 8 e 2 anos às pressas para fugir da fúria das águas. “É a primeira vez que precisamos sair de casa, ficamos sabendo que a água chegou no telhado” diz Tainara, ansiosa para voltar para casa e recomeçar. “Vai ser difícil porque perdemos muita coisa, a limpeza vai ser grande”, resume.

Acomodada em outra sala de aula com um menino de cinco anos e uma menina de dois e meio, a auxiliar de cozinha Jéssica Daiane Motta Almeida, 23, espera o terceiro filho. Com 29 semanas de uma gestação que exige cuidados em razão de complicações nas anteriores, ela torce para que Levi Henri venha ao mundo simbolizando a esperança de dias melhores para a família. “Eu só quero que as coisas se ajeitem. O resto a gente corre atrás.”

Foto: Anna Lúcia Garske/divulgação | Fonte: Assessoria
Publicidade

Você também pode gostar

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.