Comissão de Economia da Assembleia discute crédito para micro e pequenos empresários gaúchos

Por Gabrielle Pacheco

A pedido do deputado Tiago Simon (MDB), a Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da Assembleia Legislativa discutiu nesta quarta-feira, 1º, o papel dos bancos públicos gaúchos no enfrentamento da Covid- 19 e na recuperação econômica do Rio Grande do Sul.

“Nosso Estado é o único que tem três bancos públicos. Isso demanda uma responsabilidade e um dever neste momento”, declarou o parlamentar que defende uma ação concreta do governo do Estado que leve os bancos à criação de programas de fácil acesso aos micro e pequenos empresários.

Devido às restrições econômicas, o Sebrae prevê que o Rio Grande do Sul possa ter o fechamento de 350 mil MPEs, o que equivale a perda de 1,4 milhão de postos de trabalho, já que os micro e pequenos negócios são responsáveis por 64% dos empregos no RS. “Mais da metade dos micro e pequenos empreendedores consultados pelo SEBRAE disseram que a insegurança e falta de liquidez são as principais dificuldades para enfrentar a crise”, disse o diretor da entidade no RS, Marco Aurélio Paradeda.

“Estamos há cem dias com restrições fortíssimas e os pequenos seguem sofrendo para obter crédito. Estamos vendo um fechamento em massa das empresas, grande parte porque não teve acesso ao crédito. Outros Estados estão trabalhando com equalização de taxas, fundos garantidores, microcrédito, justamente para atender os menores que têm restrições cadastrais. Neste momento é uma questão de sobrevivência”, defendeu Simon.

A presidente do Banco de Desenvolvimento do Sul (Badesul), Jeanette Lontra, afirmou que o banco reduziu o limite de acesso ao crédito de R$ 150mil para R$ 20mil e está firmando convênio com Banco do Brasil para ser o agente financeiro do  Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte do governo federal (Pronampe). “Estamos nos habilitando para atender os micro e pequenos, mas o prazo depende do Banco do Brasil”, explicou Jeanette.

O diretor do Banco Regional de Desenvolvimento (BRDE), Luiz Noronha, disse que os atuais clientes estão recebendo benefícios, como carência no prazo para pagamento dos financiamentos. E que reduziu o limite de crédito para novos clientes de R$ 1mi para R$ 200mil, o que ainda é muito alto para os micro e pequenos.

O presidente do Banrisul, Cláudio Coutinho, havia confirmado presença, mas não participou, alegando um imprevisto.

“Lamentamos a ausência do representante do Banrisul, porque acreditamos que é o banco com mais condições de conceder crédito neste momento, devido à sua capilaridade. Estamos trabalhando há mais de dois meses para que Banrisul e Sebrae firmem um convênio para criação de fundo garantidor de 80% para os pequenos. O governo precisa ter uma atitude mais concreta para fazer o crédito chegar à ponta”, disse o deputado.

A reunião também contou com a presença de vários deputados, integrantes da Comissão de Economia, presidida pelo deputado Sebastião Melo.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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