Assintecal debate ganhos econômicos e ESG

Por Marina Klein Telles

A mais recente reunião do Grupo Temático de Sustentabilidade da Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), ocorrida de modo híbrido na última quarta-feira (9), debateu como as práticas ESG podem ajudar o planeta e na lucratividade das empresas. O encontro contou com apresentações da consultora empresarial de sustentabilidade e inovação, Cenira Verona, e da coordenadora de ESG e Sustentabilidade da A. Grings (Piccadilly), Morgana Marca.

A superintendente da Assintecal, Silvana Dilly, conta que o objetivo do encontro era contextualizar as oportunidades financeiras e de negócios que o ESG acarreta às empresas que incorporam o tema como propósito. “Falamos de eficiência operacional, acesso a crédito, reputação da marca, gestão de riscos, atração/retenção de talentos e até mesmo a fidelização do cliente”, conta.

O encontro começou com Cenira ressaltando as vantagens das práticas ESG, tanto na questão jurídica quanto econômica. Segundo a consultora, porém, o conceito leva a ganhos que vão além dos legais. Cenira listou, ainda, oportunidades de financiamento e incentivos para empresas que apostam em práticas sustentáveis. Entre essas, citou a linha FINEP Sustentabilidade, que apoia o desenvolvimento e adoção de tecnologias para a redução no consumo de recursos naturais; a linha BNDES Finem, que promove financiamentos às empresas para fomentar a sustentabilidade e a eficiência produtiva; e os incentivos governamentais em ICMS, IRPJ e PIS/Cofins. “Além disso, a Bolsa de Valores já possui índices específicos para empresas que atuam em consonância com as práticas ESG. O índice da B3, por exemplo, atingiu uma rentabilidade de quase 6% no acumulado de 2023”, disse.

Case

Na sequência, Morgana apresentou o case de sucesso da A.Grings, produtora da marca Piccadilly. Com duas unidades produtivas no Rio Grande do Sul, a calçadista emprega mais de 2,5 mil colaboradores que produzem, anualmente, mais de 8,4 milhões de pares, dos quais 35% são exportados para mais de 100 países. Certificada no nível máximo do Origem Sustentável, o Diamante, a empresa trabalha em ações sociais, ambientais e de governança voltada ao ESG. Entre os destaques, está o projeto Aterro Zero. Desde 2013, segundo Morgana, a empresa não envia resíduos para aterros, reaproveitando 65% deles e enviando 35% para coprocessamento.

Em 2022, conforme a coordenadora, quase 300 toneladas de resíduos foram reaproveitados/reciclados. “Além disso, temos ações que engajam a sociedade local de onde estamos inseridos. A importância do engajamento da alta gestão e de toda a empresa com a comunidade é fundamental. Destacamos também o projeto Encorajamento Feminino Piccadilly, no qual valorizamos as lideranças femininas sob as mais diferentes óticas possíveis e respeitando o contexto de cada uma, mas sempre incentivando o seu melhor”, contou Morgana.

Grupo de Sustentabilidade

O Grupo Setorial de Sustentabilidade, criado pela Assintecal em maio deste ano, conta com 35 empresas de componentes para couro, calçados e artefatos. O objetivo do grupo é discutir, em palestras e workshops, a cultura da sustentabilidade e ESG, promovendo boas práticas ambientais e sociais na cadeia de fornecedores de materiais. A próxima reunião do grupo está marcada para 18 de outubro, na sede da Assintecal, em Novo Hamburgo/RS ou no ambiente on-line.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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