AMRIGS pede cautela na administração de medicamentos em casos de Covid-19

Por Gabrielle Pacheco

As respostas para a imunização e tratamento da Covid-19 vão chegar, mas vão levar mais tempo. Esta é a avaliação do presidente da Sociedade de Pneumologia do Rio Grande do Sul e associado da AMRIGS, Gustavo Chatkin. Segundo o médico, é necessário ter cautela e, principalmente, proceder com uma avaliação individual de cada paciente para tomada de decisão sobre os medicamentos a serem administrados. Chatkin frisa ainda que a doença é nova, o que dificulta estabelecer tratamentos com garantia.

“Por lidarmos com uma doença avassaladora, não só do ponto de vista clínico, mas social, é natural que haja uma angústia na busca por medicações com efeitos imediatos. Porém, o que se tem até agora são medicações consagradas para outras doenças e que, em alguns casos, sugerem benefícios, mas é preciso um estudo mais avançado.”

O médico faz uma analogia com os casos de H1N1, que teve o seu primeiro surto em 2009 e por um longo período se discutiu os benefícios do medicamento popularmente conhecido como Tamiflu. No caso do coronavírus, algumas prefeituras estão se baseando em casos de sucesso em regiões específicas e oferecendo kits de medicamentos para o tratamento.

“Estamos numa fase que não há proibição, mas sim uma particularização dos casos. As Sociedades Gaúcha e Brasileira de Pneumologia dizem que é preciso haver uma particularização. Ou seja, o médico tem essa capacidade de decisão de dizer que determinado paciente de acordo com o caso pode se beneficiar ou não. Eu não vejo com maus olhos o uso de alguns momentos em determinadas fases da doença, mas é importante deixar claro que não há um consenso. Tem que haver critérios. Assim como tiveram casos de sucesso, houve casos que não funcionaram”, finaliza.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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