O encerramento da segunda edição do Projeto Diversidade Rural na Escola, iniciativa da Secretaria Municipal de Educação de Santa Cruz do Sul (SEE) reuniu na manhã de quarta-feira (12), mais de 100 alunos das turmas dos anos finais do ensino fundamental de oito escolas da rede municipal de ensino do interior. O que se viu no ginásio de esportes da Emef Vidal de Negreiros foi uma profusão de ideias acerca de como tornar mais rentáveis as pequenas propriedades, através da diversificação de culturas.
As atividades do projeto este ano começaram no mês de março com saídas a campo. Primeiro as turmas visitaram a Expoagro Afubra, onde os alunos participaram de visitas orientadas aos estandes da Emater. Já no mês de abril realizaram uma excursão a Sobradinho, onde puderam conhecer o dia a dia em uma propriedade rural voltada à agricultura familiar e modelo em diversificação no campo. A etapa seguinte teve continuidade dentro de cada escola, onde os alunos construíram seus próprios projetos, a fim de colocarem em prática os conhecimentos adquiridos.
Iniciativas como apicultura, aviários, captação de água, plantas suculentas e hortas foram apresentadas no evento de encerramento. Na hora de apresentar os trabalhos, os alunos usaram a criatividade e por meio de maquetes, fotografias, ilustrações e outros recursos mostraram conhecimentos muito bem fundamentados acerca dos temas escolhidos. A turma da Emef Cardeal Leme que apresentou projeto sobre o cultivo de cenouras não deixou por menos e levou até um bolo feito com o ingrediente.
Ao final um corpo de jurados composto por representantes da SEE, Emater, Escola Família Agrícola, Projeto Verde é Vida e proprietários da propriedade modelo de Sobradinho elegeram a Cardeal Leme, que mais somou pontos, e a Félix Hoppe, com o projeto de flores em estufas, como destaques na segunda edição do Diversidade Rural. Os alunos ganharam troféus e participarão em novembro da Feira de Ciências, que reunirá trabalhos da rede municipal realizados no decorrer deste ano letivo.
De acordo com o coordenador de Projetos da SEE, Andrei Barboza, a intenção do Diversidade Rural na Escola é mostrar para os estudantes os rendimentos que a propriedade pode oferecer e dar aos jovens perspectivas de futuro no meio rural. “Nosso objetivo é que os piás olhem de uma maneira diferente para a sua propriedade, com mais carinho, mais atenção e entendam o quanto esses conhecimentos serão úteis na vida pessoal, acadêmica e profissional”, explicou.
Plantio de flores em estufa é um dos projetos destaque
Quais flores podem ser cultivadas na região do Vale do Rio Pardo, quais as características de cultivo de cada planta, como cuidar de cada uma e como construir uma estufa de flores para no final descobrir se essa pode realmente ser uma alternativa de renda extra que retribui o esforço e o dinheiro aplicado. Todas essas lições fizeram parte do projeto de cultivo de flores em estufa, da Emef Félix Hoppe, destaque nesta edição do Diversidade Rural na Escola.
Nícolas Pietro Peixoto, 14 anos, aluno que integrou a equipe do projeto com mais cinco outros colegas, a experiência pode ser considerada incrível. “Após tantas horas de pesquisa, ensaios, cálculos e troca de ideias para conseguirmos apresentar da melhor forma, tenho certeza que tudo valeu a pena”, exclamou.
Tão orgulhoso quanto estava o colega Antonio Leopoldo Armani Junior, 14 anos. “Eu aprendi como cultivar as flores que trabalhamos no projeto, violeta, fortuna e calandiva, aprendi como se faz um trabalho científico, como construir uma estufa e principalmente como se trabalha em equipe”, disse.
Para a professora Karen Veber de Melo, orientadora da turma, o Projeto Diversidade Rural serviu para abrir os horizontes da garotada, mostrar que a partir de alternativas viáveis de geração de renda é possível para o jovem permanecer no campo. Ela destacou a dedicação dos alunos. “Eles pesquisaram, visitaram uma floricultura, foram a um sítio, entrevistaram pessoas, aprenderam a construir uma estufa, a adquirir as mudas e cultivar. Mas também aprenderam a trabalhar em equipe e tiveram muitos ganhos no desenvolvimento pessoal”, avaliou. O próximo passo é colocar em prática as lições e construir uma estufa na escola.