Menos crianças doentes, menos crianças desnutridas, menos crianças hospitalizadas, menor despesa dos sistemas de saúde para tratar as doenças devidas ao desmame precoce. Esses são apenas alguns dos benefícios que a amamentação pode oferecer. Um ato simples e de amor entre mãe e bebê.
O médico da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), e membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria, Roberto Mário Issler, lembra que o leite materno é o alimento adequado e completo que atende às necessidades do bebê.
“Oferece proteção contra diarreia, infecções respiratórias e combate a obesidade. O bebê que mama no peito tem menor prevalência de doenças alérgicas, asma. Além disso, há a satisfação e estímulo pelo contato com a pele da mãe, o calor do seu corpo e o som da sua voz. Oferece todos os nutrientes adequados ao crescimento saudável da criança – proteínas, gorduras, imunoglobulinas, fator bífido que protege o intestino da criança. Estudos de médio e longo prazo também mostram que crianças amamentadas têm alguns pontos de QI maior do que não amamentados”, explica.
Para a mãe, também há uma série de vantagens como a praticidade de contar com um alimento sempre pronto, praticamente sem custo e totalmente ecológico, sem nenhum desperdício de energia, embalagens e resíduos.
“Na amamentação há o prazer e satisfação do contato físico, troca de olhares, sons e odores com seu filho. Mães que amamentam exclusivamente até o sexto mês podem ficar sem menstruar durante aquele período. Menor prevalência de diabete tipo II e câncer de mama. Economia para a família, sociedade e meio ambiente”, completa.
Há, ainda, aspectos globais que envolvem o processo de amamentação. Para a sociedade e meio ambiente representa melhoria significativa em dados de prevenção de morbimortalidade infantil (800.000 óbitos ao ano em menores de 5 anos se a amamentação acontecesse conforme o indicado e 20.000 casos de câncer de mama em mulheres).
A recomendação atual é de aleitamento materno exclusivo até o sexto Mês de vida do bebê. A partir daí, com a introdução da alimentação complementar saudável, é recomendado manter a amamentação até dois anos ou mais.A introdução da alimentação complementar saudável deve ser gradual, com alimentos coloridos, de boa qualidade, variando aos poucos de acordo com a aceitação da criança, cultura da família, alimentos disponíveis e hábitos alimentares locais. Recomenda-se basicamente “comida de verdade” evitando oferecer alimentos processados ou ultraprocessados – doces, salgadinhos, biscoitos, enlatados, embutidos, refrigerantes, bebidas lácteas com conservantes. Evitar o uso de sal na comida nos primeiros dois anos de vida. O médico indica consultar o Guia Alimentar para crianças brasileiras menores de 2 do Ministério da Saúde, atualizado e lançado recentemente (novembro de 2019) sendo disponível para consulta livremente, impressão e baixar diretamente do site do Ministério da Saúde.
Semana Mundial do Aleitamento Materno
Esse ano o tema da Semana Mundial do Aleitamento Materno é: Apoie o Aleitamento Materno por um Planeta Saudável. Esse evento é celebrado em todo o mundo e chama a atenção para o impacto da alimentação infantil no meio ambiente, estando alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. O mês “Agosto Dourado” é simbólico para a promoção do aleitamento materno no Brasil e no mundo, servindo para dar visibilidade a diversas ações, em instituições públicas, privadas, grupos de mães, organizações não governamentais para promover e apoiar o aleitamento materno para a saúde do planeta e de todos os seres humanos.