ConnectBio é uma das vencedoras de programa de incentivo

Por Ester Ellwanger

A partir da mesma técnica do exame para diagnóstico de covid-19, uma startup de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, realiza análise do DNA do solo para ajudar produtores a melhorar a produtividade nas lavouras. Incubada no parque científico e tecnológico da Unisc, a ideia da ConnectBio, que tem como parceira estratégica a ConnectFarm, foi uma das 50 selecionadas para o Programa Centelha 2 RS, que receberá aportes totais investimentos de cerca de R$ 3 milhões.

O projeto intitulado “Identificação molecular de nematoides patogênicos na agricultura” foi um dos aprovados para contratação pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), que divulgou o resultado na última semana. Foram 1.389 empreendedores cadastrados com 433 ideias inovadoras submetidas na fase 1; 200 propostas aprovadas na fase 2; e 50 projetos acolhidos na fase 3.

A iniciativa é promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e pela Finep, em parceria com CNPq, Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap) e Fundação Certi. No Rio Grande do Sul, o programa é executado pela Fapergs, vinculada à Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia, em parceria com o Badesul, a Rede Gaúcha de Ambientes de Inovação (Reginp) e o Sebrae/RS.

 

South Summit 2022

A ConnectBio ainda comemora outros resultados em maio. Entre mil empresas inscritas (vindas de todo o Brasil e de outros países, como Estados Unidos, Espanha, Índia, Nigéria, Turquia, Reino Unido, Argentina e Colômbia), foi uma das 50 finalistas da competição de startups do South Summit 2022. O encontro global realizado, no início de maio, em Porto Alegre/RS, atraiu investidores brasileiros e do exterior interessados em alavancar empresas com ideias inovadoras.

“Foi uma honra fazer parte das 50 finalistas deste grande evento de tecnologia e inovação, que deu espaço para apresentarmos a importância da inovação na biotecnologia e no agro na busca por um mundo mais sustentável. Só o fato de termos sido selecionadas entre mil startups de todo o mundo já foi uma vitória, além da superação de apresentar a ideia para 76 países,” comemorou Rodrigo Franco Dias, co-fundador da ConnectBio, além de CEO da ConnectFarm.

 

PCR do solo

A ideia da startup é mapear fungos e bactérias e entender se beneficiam ou prejudicam as atividades agrícolas. A solução elimina a necessidade de uso de químicos. A empresa é liderada dos Estados Unidos pelo CEO, Guilherme Lobato, presidente do Conselho de Administração da ConnectFarm. A sinergia entre as empresas vai além: a ConnectBio tem na ConnectFarm o principal cliente.

Rodrigo Dias, um dos sócios da empresa criada em fevereiro de 2021, diz que os testes de PCR desenvolvidos para detectar pragas e doenças em plantações são ágeis, eficientes e econômicos, o que garante o diferencial. “Trabalhamos com produtores de alto nível tecnológico e começamos a ver que simplesmente fazer a correção química e física (do solo) não estava mais trazendo resultado em produtividade para esse agricultor,” argumenta. “Nosso produto permite que o próprio agricultor faça esse teste. É como o exame da covid-19 que o resultado sai na hora,” explica Dias, que acrescenta ainda que os prejuízos mundiais com as patogenias chegam a R$ 290 bilhões.

Por meio desta análise e das enzimas, o co-fundador esclarece que é possível comparar os microrganismos existentes em um solo equilibrado, como o de uma mata, por exemplo, com o de uma lavoura. “Fazemos recomendações para que o agricultor possa usar sistemas de produção diferentes, que melhorem a atividade biológica do solo ou que estimulem isso — além de recomendar o uso de microrganismos aplicados no solo para potencializar esse resultado,” argumenta Dias.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria

 

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