Discutir a elaboração de políticas públicas, o papel da indústria criativa na era da tecnologia e a criação de uma agenda comum para o futuro do setor. Foi com esse objetivo que o Sistema FIERGS, por meio do Comitê da Indústria Criativa (Comic) e do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-RS), realizou, na quarta-feira (26), a primeira edição do Criar RS, evento que reuniu autoridades, lideranças, empreendedores, profissionais e estudantes na sede da entidade, para debater os rumos do segmento e a importância de aproximar a criatividade de todos os setores produtivos, especialmente o industrial.
Na abertura, o diretor do Sistema FIERGS Diogo Bier salientou o empenho da atual gestão da Federação em construir uma indústria mais inovadora, sustentável e digital, que gere valor não apenas no produto, mas também na experiência, no design, na cultura e na narrativa que carrega. “A cultura e a economia criativa têm tudo a ver com a indústria e com o desenvolvimento do Rio Grande do Sul. Quando olhamos para os pilares da nossa gestão: competitividade, reconstrução do estado, retenção de talentos e inovação, percebemos que a criatividade está no centro. E não existe tecnologia sem criatividade. Não existe inovação sem capacidade de imaginar, de propor e de pensar o novo”, afirmou, representando o presidente Claudio Bier na solenidade.
Já a diretora do Sistema FIERGS e coordenadora do Comic, Flávia Matzenbacher, destacou dados recentes para mostrar a potencialidade desse segmento no Rio Grande do Sul, como o aumento de 16,9% nas vendas da Feira do Livro em relação à edição de 2024 e o fato de o 53º Festival de Cinema de Gramado ter mobilizado mais de 400 mil pessoas na cidade. “Essas são algumas demonstrações do impacto de um segmento industrial que gera valor agregado, revela talentos e fomenta o desenvolvimento econômico e social de uma população inteira. Por meio da geração de bens e manifestações culturais, compartilhamos saberes e experiências que evidenciam nossa capacidade de resiliência, superação, autenticidade e pluralidade”, afirmou.
Dados sobre o setor
O evento também foi palco para o lançamento do Observatório da Indústria Criativa do Sistema FIERGS, uma plataforma aberta que reúne dados e informações estratégicas para nortear políticas e novos investimentos, auxiliando na articulação com entidades nacionais. Para oficializar o lançamento, foi assinado um protocolo de intenções entre o Sistema FIERGS e a Secretaria Estadual da Cultura (Sedac), reforçando a cooperação entre as partes para o fortalecimento do segmento no estado e o aprimoramento contínuo do sistema. A plataforma pode ser acessada pelo link observatoriodaindustriars.org.br/inteligencia-areas/observatorio-da-industria-criativa-do-rio-grande-do-sul/.
Construído para estabelecer uma base metodológica sólida capaz de medir a dimensão e o potencial da indústria criativa gaúcha, a primeira versão da plataforma traz dados atualizados mensalmente sobre vínculos formais, estabelecimentos, médias salariais, presença de MEIs e filtros por município, ocupação e segmento, com expansão prevista para mapear empregos informais, múltiplos vínculos e produção intelectual.
Participante do painel “Políticas para Criar: Governança e Futuro para a Indústria Criativa”, o secretário da Cultura do RS, Eduardo Loureiro, reafirmou o potencial econômico da cultura: “A indústria criativa representa quase 4% do PIB do país, e com esse acordo vamos avançar em um diagnóstico muito mais preciso do setor no Rio Grande do Sul”. O presidente da Invest RS, Rafael Prikladnicki, enfatizou o alinhamento entre criatividade, desenvolvimento e novos modelos produtivos, destacando a atração de investimentos e o fortalecimento de vocações regionais: “A nova indústria precisa dialogar com a nova economia, e o que estamos fazendo aqui é exatamente isso”.
A programação contou, ainda, com apresentação de projetos e produtos que evidenciaram a força da indústria criativa gaúcha. A exposição trouxe tendências e soluções inovadoras que demonstraram como diferentes segmentos (audiovisual, games, gastronomia e design) transformam ideias em negócios, experiências e impacto cultural.


