Criado no Rio Grande do Sul com o objetivo de promover a melhoria das condições de trabalho e incrementar a produtividade e a renda dos trabalhadores da cadeia da reciclagem, o programa Ser+, da Braskem, completou 16 anos com números e histórias que enaltecem seu propósito de atuar na promoção da transformação social em comunidades em situação de vulnerabilidade. A iniciativa, que já impactou diretamente a vida de mais de 600 trabalhadores de 20 cooperativas gaúchas e beneficiou mais de duas mil pessoas, está investindo R$ 233 mil nesta temporada junto às sete Unidades de Triagem (UTs) ativas do programa: Cooadesc, Coopertinga, Coopertuca, UTC, Chocolatão e Aterro Norte, em Porto Alegre; e AECO, de Triunfo.
Os investimentos são direcionados a ações que vão desde a aquisição de equipamentos – como prensas e esteiras – à oferta de treinamentos técnicos e de gestão, sempre de acordo com as necessidades específicas de cada unidade e respeitando a sua realidade local. Somente no RS, desde 2018, foram investidos pouco mais de R$ 1,6 milhão. Apenas em 2024, as oito cooperativas então participantes no programa no RS comercializaram 3,6 mil toneladas de resíduos, sendo destas, 874 toneladas de resíduos plásticos.
“Desenvolvemos projetos de infraestrutura que chegaram a casa dos R$ 800 mil em investimento direto. O programa possui um histórico robusto, mas certamente é a sua visão ampla e de sinergia constante com as cooperativas que o faz relevante e eficaz”, explica o gerente de Relações Institucionais da Braskem no RS, Daniel Fleischer.
Segundo ele, o programa é orientado com uma metodologia que respeita o estágio de maturidade e as particularidades sociais e demográficas de cada cooperativa. Em uma trilha de desenvolvimento, as UTs desenvolvem competências que vão desde a criação de um plano de investimento financeiro, formação de lideranças, formação de redes de relacionamento até gestão dos indicadores de desempenho. “O objetivo é aperfeiçoar o trabalho que já é feito de modo que as cooperativas alcancem independência e tenham boas práticas de gestão e governança para ampliarem ainda mais a sua atuação”, resume Fleischer.
O auxílio emergencial é outra frente do programa que, em 2024, aportou R$ 140 mil para as três cooperativas mais afetadas pelas enchentes (Aterro Norte, UTC e Cooadesc) com o objetivo de contribuir para a retomada das operações.
Bom exemplo em Dois Irmãos
Foi exatamente o que aconteceu com a Cooperativa de Trabalho dos Recicladores e Catadores de Dois Irmãos, primeira UT a receber investimentos do programa, ainda em 2009. Dedicada à coleta, comercialização e reciclagem de resíduos no município vizinho a Novo Hamburgo, no Vale dos Sinos, desde 1994, a UT integrou o Ser+ por 16 anos, entre 2009 e 2024. “O programa foi um divisor de água na nossa trajetória. Seja por meio de treinamentos, palestras e workshops que nos ajudaram a profissionalizar e expandir a nossa atuação ou até com a aquisição de maquinários que hoje são fundamentais. Nos ajudou a agregar valor ao nosso trabalho e a chegarmos onde estamos hoje”, destaca o presidente da cooperativa, Djoni Michel. A cooperativa atualmente conta com 38 colaboradores que, juntos, respondem diretamente pela gestão de 150 toneladas de resíduos todos os meses.
AECO: profissionalização que leva a produtividade
Atuando no berço do Polo Petroquímico gaúcho, a Associação Ecológica da Ponte Seca (AECO) é sinônimo de trabalho, renda, inclusão social e consciência comunitária na cidade de Triunfo. Criada em 2000, a UT é hoje fonte de sustento para mais de 20 famílias, impactando pelo menos um grupo de 60 pessoas que têm sua renda oriunda da venda de resíduos coletados. A cada semana, são em torno de 10 toneladas triadas, podendo chegar a 50 no mês. “O programa é muito importante para nós, principalmente, em questão de materiais e infraestrutura. Sempre que precisamos de algo neste sentido, manutenção dos equipamentos como prensas e esteiras, por exemplo, somos muito bem atendidos”, conta o coordenador da AECO, Adecir Palmeira.
Ser + no Brasil
O programa atualmente é desenvolvido pela Braskem ainda nos estados de SP, RJ, BA e AL. Ao longo de sua trajetória, a iniciativa já beneficiou mais de 1.200 cooperados e 70 cooperativas, e atualmente apoia 23 organizações em diferentes regiões do país, alcançando a marca de R$ 15 milhões em investimentos técnicos e em infraestrutura desde 2018, incluindo ações emergenciais durante a pandemia.
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