A Prefeitura de Novo Hamburgo está realizando obras de reparo no dique do bairro Santo Afonso. Os trabalhos no local incluem remoção da vegetação de toda a estrutura, além da recomposição da chamada berma, a faixa lateral. A ação acontece após o levantamento topográfico realizado pelo Exército e mesmo ainda sem o município ter recebido recursos federais.
A prefeita Fátima Daudt (MDB) tem abordado os problemas do dique e cobrado o Governo Federal por ações de reconstrução de todo o Sistema de Contenção de Cheias da Bacia do Rio dos Sinos. A chefe do executivo hamburguense providenciou com o Exército um relatório sobre as condições do dique durante a enchente, feito pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), e também o levantamento topográfico da estrutura, que foi realizado em meados do mês passado.
Além disso, avaliações dos técnicos da Prefeitura indicaram que o dique precisa ser redimensionado e reconstruído tendo como nova referência a enchente de maio. A administração municipal reforça que a avaliação e reconstrução definitiva do dique é de responsabilidade da União, que anunciou recursos para tal no dia 30 de julho, em Porto Alegre. A Prefeitura também já fez o levantamento de todas as casas que, ao longo dos últimos 20 anos anos, foram construídas em cima do dique. As famílias que vivem no local já foram cadastradas e serão removidas para um espaço seguro.
Desacordo com São Leopoldo
A Secretaria Municipal de Obras Públicas de Novo Hamburgo também esclarece que a erosão verificada, próxima à Travessa Vera Cruz, é uma das consequências do transbordamento do rio sobre o dique. Ainda de acordo com a pasta, o dano na estrutura foi agravada pelo trânsito de veículos pesados sobre a crista realizado pela Prefeitura de São Leopoldo para o conserto da parte solapada do dique no território leopoldense. Em reunião com o Ministério Público e representantes técnicos das prefeituras de Novo Hamburgo e São Leopoldo à época, a prefeita Fátima alertou para o perigo, propondo uma solução conjunta entre as duas cidades, mas teve a proposta recusada pelo município vizinho. Os rachões (pedras) foram colocados em vários pontos do dique, no lado de Novo Hamburgo, pela prefeitura leopoldense, medida não recomendada pelo relatório de vistoria do IME.