“Empreender para garantir sobrevivência e complementar a renda da família”. Esse é o lema das 13 mulheres rurais que dão vida à agroindústria Delícias da Colônia em Arroio do Tigre, no Rio Grande do Sul. Além de promover mais autoestima à mulher rural, a agroindústria possibilita agregar renda extra junto às atividades agrícolas já desempenhadas por elas. Celebrado em 15 de outubro, o Dia Internacional da Mulher Rural revela o potencial e a esperança de novas histórias que estão sendo escritas por meio da união.
“Em minha família, sempre fui um exemplo como mãe, dona de casa e hoje também provedora, trabalhando por mais direitos e novas conquistas. Na agroindústria nós formamos um grupo de amigas e desenvolvemos habilidades profissionais para criar e administrar nosso próprio negócio, complementando a renda e produzindo nosso próprio sustento. Somos um grupo de guerreiras”, afirma Leila Brum, presidente da Agroindústria Delícias da Colônia.
Com o apoio da Japan Tobacco International (JTI), por meio do Programa Alcançando a Redução do Trabalho Infantil pelo suporte à Educação (Arise), em parceria com a Emater/RS, a agroindústria produz cucas, pães, bolachas, massas, bolos, tortas e pizzas que são vendidas em feiras e em pequenos comércios da cidade. A iniciativa demonstra que a mulher rural, além do trabalho na agricultura, enxerga no empreendedorismo mais uma forma de profissionalização e realização.
Hoje a mulher rural está se destacando também no comércio, com novos olhares e oportunidades para superar qualquer crise”.
Inaugurada há pouco menos de dois anos, a agroindústria foi afetada diretamente pela pandemia de COVID-19. Mas a situação adversa não impediu o trabalho e o empenho das 13 mulheres em seguir com o empreendimento e alcançar novos patamares. “Hoje a mulher rural está se destacando também no comércio, com novos olhares e oportunidades para superar qualquer crise. Nós estamos ganhando mais valor a cada dia, apesar de ainda existir muito preconceito e machismo contra a mulher. Mesmo assim, estamos mostrando que temos muito a agregar em todos os lugares que podemos ocupar, afinal, somos muito perseverantes”, destaca Leila.
Desenvolvimento familiar
Por meio da profissionalização da mão de obra feminina e capacitação para novas atividades, a JTI atua no combate ao trabalho infantil, problema que atinge diretamente famílias que vivem em áreas rurais.
“A agroindústria é uma iniciativa do Arise que está alinhada ao pilar de empoderamento socioeconômico. Quando uma mulher rural tem a possibilidade de contribuir diretamente com a renda familiar, ela tem maior chance de contratar uma mão de obra adulta, evitando o uso de mão de obra infantil, que pode ser um filho ou familiar menor de idade”, afirma Marinês Kittel, supervisora de Projetos Sociais da JTI.
Impacto na economia local
Quando a demanda é grande, nós todas trabalhamos juntas. E a demanda cresce a cada dia, para nossa felicidade”.
Trabalhando em esquema de revezamento de serviço, as sócias esperam ampliar a produção e agregar mais mulheres da região. “Quando a demanda é grande, nós todas trabalhamos juntas. E a demanda cresce a cada dia, para nossa felicidade. Podem participar conosco mulheres rurais que residem no mesmo município da agroindústria. Nosso empreendimento, além de oferecer formação, também possibilita desenvolver habilidades sociais e troca de saberes entre todas as integrantes”, afirma Leila.
Quem pode participar atualmente são mulheres que residem na localidade ou próximas da localidade da sede em Arroio do Tigre e que sejam sócias da associação. “Porém, para participar ela precisa inicialmente ser capacitada no curso de “Boas Práticas de Agroindústria”, com no mínimo 40 horas de treinamento. Essa capacitação é realizada pela EMATER/RS em parceria com a Prefeitura Municipal de Arroio do Tigre”, destaca Marinês.