Tecnologia inédita qualifica processamento de grafeno para setores da indústria

Por Gabrielle Pacheco

Uma solução tecnológica única no mundo pode amplificar a qualidade do grafeno processado no UCSGRAPHENE, unidade de nanotecnologia da Universidade de Caxias do Sul. Assim, em parceria com a empresa Zextec Consultoria Empresarial, foi desenvolvido um reator de dispersão do grafeno em soluções líquidas e sólidas. O equipamento tem a finalidade de misturar, da forma mais homogênea possível, o grafeno nos materiais em que ele for aplicado, como compósitos, lubrificantes, tintas e solventes, entre outros, garantindo melhor qualidade no produto final.

Além disso, essa maior homogeneidade se deve à alta capacidade de cisalhamento (corte ou deformidade causada por tensão gerada por forças aplicadas em sentidos iguais ou opostos) do reator, que funciona em até 200.000 RPMs. Desta forma, levando para a escala industrial a mesma eficiência em mistura obtida em nível laboratorial.

Referência para o mercado

“A dispersão de nanomateriais é tão complexa como a sua fabricação. Com este desenvolvimento podemos almejar a inclusão do grafeno em escala industrial em quase todo o tipo de produto. Assim, isso que vai permitir posicionar o UCSGRAPHENE como uma referência no mercado relacionado a soluções prontas de produtos com grafeno”, aposta o diretor da Zextec, Hugo Sousa, que esteve à frente do projeto.

Além disso, desde o início da implementação do UCSGRAPHENE, consolidada em março deste ano, havia a busca por uma solução para a dispersão homogênea em escala industrial. “Como o grafeno ainda é bastante novo para a indústria, este tipo de equipamento simplesmente não existe. Sabendo da importância de dominar o processo de dispersão para poder desenvolver o uso do grafeno, investimos no desenvolvimento de um equipamento inovador em todo mundo”, descreve.

Ampliação de soluções

O primeiro protótipo do reator de dispersão da Zextec já está em operação, após dois meses de testes. Assim, segundo Sousa, os resultados impressionam. “Com esta tecnologia, além do grafeno como matéria-prima poderemos também entregar soluções aplicadas e completas para as mais diferentes necessidades das indústrias”, comemora.

Por fim, o coordenador do UCSGRAPHENE, professor Dr. Diego Piazza, observa que uma das maiores dificuldades na área da nanotecnologia é a produção em escala industrial. Desta forma, segundo ele, o desenvolvimento do novo reator de dispersão torna-se mais inovador ainda. “Migramos para um patamar tecnológico mais alto, de forma que temos a possibilidade de replicar os desenvolvimentos realizados em escala laboratorial para a escala industrial. Com isso, podemos auxiliar ainda mais as empresas na aplicação do grafeno tanto em produtos já existentes como em projetos de novos produtos”, pontua.

Foto: Roger Clots/Divulgação | Fonte: Assessoria
Publicidade

Você também pode gostar