O Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) lançou o programa “Tabaco é Agro: Diversificação das Propriedades” nesta terça-feira (25), durante a Expoagro Afubra, em Rio Pardo. A iniciativa renova e amplia um conjunto de ações que, desde 1985, busca incentivar alternativas sustentáveis de renda para a agricultura familiar.
Segundo dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), na safra 2023/2024, o tabaco ocupou 20,5% da área média das propriedades rurais, cerca de 3 hectares, e gerou 56,3% da receita dos produtores, totalizando R$ 11,78 bilhões. A diversificação da produção resultou em uma receita de R$ 9,15 bilhões, com R$ 3,83 bilhões provenientes de culturas como milho, soja, batata-doce e hortaliças, e R$ 5,32 bilhões da criação de animais e produtos granjeiros.
O presidente do SindiTabaco, Valmor Thesing, ressaltou a importância do tabaco para a economia das propriedades familiares. “O tabaco é, em muitos municípios, o alicerce da agricultura familiar, uma vez que utiliza uma pequena área com um retorno superior ao de outras culturas. Além disso, por conta da sazonalidade, permite ao produtor optar por uma segunda safra, inclusive na mesma área em que produz tabaco, fortalecendo o crescimento econômico sustentável, trazendo segurança alimentar e diversidade de renda para sua família”, afirmou Thesing.
Novas diretrizes e apoio técnico
O programa será conduzido pelo SindiTabaco com apoio de entidades governamentais e de representação dos produtores, além dos governos estaduais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. No campo, os produtores receberão orientações sobre os benefícios da diversificação para a sustentabilidade e produtividade das lavouras.
A assessora técnica do SindiTabaco, Fernanda Viana, destacou os benefícios ambientais da estratégia. “Além da oportunidade de uma segunda fonte de renda, quando o produtor investe na diversificação ele também reduz a proliferação de pragas, doenças e ervas daninhas na propriedade, garantindo um solo saudável para a próxima safra. No caso da criação de animais, o cultivo de grãos reduz custos para o produtor, seja pelo aproveitamento residual dos fertilizantes, seja pelo aproveitamento para o trato animal”, explicou Fernanda.
Trajetória
O programa “Tabaco é Agro: Diversificação das Propriedades” representa a evolução de uma política de incentivo à diversificação iniciada há quatro décadas:
- 1985 – Lançamento do programa “Milho e Feijão” para incentivar o cultivo de grãos após a colheita do tabaco.
- 2014 – O SindiTabaco assume a iniciativa, ampliando sua abrangência para todo o setor no Sul do Brasil.
- 2017 – Inclusão de forrageiras para pastagem, alterando o nome para “Programa Milho, Feijão e Pastagens após a Colheita do Tabaco”.
- 2025 – O programa passa a se chamar “Tabaco é Agro: Diversificação das Propriedades”, reforçando o papel da diversificação na sustentação das famílias produtoras.