O trigo faz parte da alimentação de mais de 11 milhões de gaúchos. Do café da manhã ao jantar, desempenha importante papel econômico, agronômico e é um ingrediente essencial na alimentação de todas as famílias. O trigo produzido no Rio Grande do Sul foi por muito tempo foi criticado, mas nos últimos anos o cenário mudou e a cultura tem ganhado cada vez mais força.
A produção aqui da nossa terra entrega o que há de melhor em qualidade industrial.
A pesquisa trouxe inovações através de cultivares de trigo que possuam a qualidade industrial que atenda as características necessárias para se produzir os alimentos derivados do cereal, como pães, massas, biscoitos e bolos.
Os produtores encontram no mercado gaúcho sementes com maior potencial produtivo, com maior resistência às doenças no campo, e estão obtendo bons lucros nas vendas, viabilizando as últimas safras. Na outra ponta, a indústria encontra sua matéria-prima dentro de casa e com qualidade semelhante ou até superior à que importava principalmente da Argentina e o consumidor tem acesso nos supermercados e padarias a produtos de qualidade e genuinamente gaúchos, formando assim um círculo virtuoso onde todos ganham.
O indicador que comprova a revolução que acontece com a triticultura do Rio Grande do Sul é a queda expressiva no volume de importação de trigo e de farinha pelos moinhos gaúchos nos últimos dois anos. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), em 2019 e 2020, a queda foi de mais de 40%, de um total de 443 mil toneladas para apenas 259 mil toneladas, ou seja, o Estado reduz a importação porque é abastecido com trigo de qualidade, além de circular divisas dentro do estado, deixando de enviar milhões de reais para fora do país.
Movimento para valorizar produção gaúcha
Foi esse cenário que motivou a união de entidades para a criação de uma campanha de valorização do cereal, contando esta bela história construída em muitas mãos. A iniciativa é da Biotrigo Genética, empresa gaúcha de pesquisa e melhoramento de trigo com sede em Passo Fundo/RS e presença em diversos países da América Latina e América do Norte, e conta com o apoio da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul (SEAPDR), Emater/RS-Ascar, Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), além de federações,sindicatos eempresas privadas.
O gerente comercial para a América Latina da Biotrigo Genética, Fernando Michel Wagner, conta que o propósito da campanha “Trigo Gaúcho! É bom, é gaúcho, é nosso!” é unir todos os elos da cadeia: pesquisa, produtor, até chegar ao consumidor urbano, para um setor gigante, coeso e alinhado. “A produção aqui da nossa terra entrega o que há de melhor em qualidade industrial. A campanha tem um objetivo muito claro de levar a confiança que vem do campo e já está nos moinhos para os lares dos mais de 11 milhões de gaúchos que consomem todos os dias uma série de derivados desse grão que é um dos mais importantes da agricultura mundial”, ressalta.
A campanha lançada no último sábado (20) em emissoras gaúchas de televisão, rádio, mídias digitais, impressas e ainda divulgada em canais dos apoiadores, é um marco na promoção e valorização do trigo no Rio Grande do Sul. Segundo Covatti Filho, secretário de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Estado, a união das entidades demostra o fortalecimento do trigo. “É muito importante incentivar que nossos produtores produzam este cereal, até porque sua produção traz mais sustentabilidade, prepara e protege o solo no inverno para que possamos ter na safra de verão bons frutos e boas colheitas. Nós, junto com outras entidades do agro estamos unidos e trabalhando cada vez mais para que possamos alcançar a esse objetivo”, destaca.