O Centro Cultural 25 de Julho de Porto Alegre realiza na próxima segunda-feira, dia 15 de abril, às 19h30, a palestra Os Mercenários do Imperador, em homenagem ao Bicentenário da Imigração Alemã no Rio Grande do Sul. A conferência, ministrada pelo jornalista Olavo Fröhlich, lança um olhar sobre a formação das forças armadas brasileiras de 1800 até o fim do Primeiro Reinado de Dom Pedro I, em 1831 – um tema raramente abordado, mas de extrema importância para compreender a história dos povos teuto-brasileiros. O ingresso é a doação de 1kg de alimento não perecível na entrada do evento.
O termo “mercenário” não é simpático, mas o Brasil valeu-se em duas oportunidades deste expediente. A primeira vez foi ao declarar sua Independência, em 1822. A segunda foi em 1851, para reforçar sua tropa contra Rosas, da Argentina. Nas duas vezes, os contratados eram alemães. Tudo começou com a vinda da Família Real ao Brasil, em 1808, que trouxe a necessidade de um maior contingente militar para garantir a segurança da cidade do Rio de Janeiro.
Os cariocas não preencheram o quadro, e foi preciso buscar recrutas, mas ninguém estava disposto a ser soldado. Então, de 1824 até 1828, vieram ao Brasil cerca de 5 mil mercenários, disfarçados de colonos, para se juntar às tropas existentes. “Vamos ver que os recrutas, por qualquer falta, eram duramente castigados com surras de prancha, muitas vezes levando os infelizes à morte ou total inutilidade. E os comandantes brasileiros, que nunca admitiram a presença dos mercenários, não perdoavam qualquer deslize”, adianta Olavo.
Esse será o segundo encontro do ciclo de conferências Colóquios da Imigração. Para o próximo mês, também está confirmada a palestra Mulheres na Imigração, no dia 20 de maio, com Scheila dos Santos Dreher. Depois, haverá ainda as conferências A História da Imigração Alemã, no dia 17 de junho, e Aspectos da História da Imigração de Falantes de Língua Alemã, em 8 de julho, ambas com Martin Norberto Dreher; além de A produção em belas artes no RS por germânicos e teuto-riograndenses, dia 19 de agosto, com José Francisco Alves; Jornais em língua alemã editados no RS: ainda existem e onde estão?, dia 21 de outubro, com Isabel Cristina Ahrend, e Lendas e Mitos da História da Imigração Alemã, em 18 de novembro, com Décio Aloísio Schauren.
Sobre o Centro Cultural 25 de Julho
Nomeado em referência e reverência a 25 de julho de 1824, considerada a data oficial de chegada dos primeiros imigrantes alemães em solo gaúcho, a instituição surgiu em agosto de 1951, inicialmente em uma primeira sede alugada na avenida Cristóvão Colombo. Pouco tempo depois, em 1960, inaugurou sua casa própria, construída em terreno adquirido da chácara da família Petersen, onde a instituição permanece até hoje, na Rua Germano Petersen Júnior, 250, no bairro Auxiliadora, em Porto Alegre.