Oportunidades para foodtechs (tecnologias de alimentos) e utilização de inteligência artificial no agronegócio foram temas debatidos no palco do RS Innovation Agro na terça-feira (29), em uma programação com curadoria da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict). Os especialistas de dois painéis – mediados pelo gestor de Inovação e Tecnologia (GIT) do Inova RS da região Central, Claudir Padia – foram unânimes em afirmar que o agronegócio possui potencialidades na difusão de tecnologia no Brasil, mas precisa, cada vez mais, conhecer a realidade do produtor rural na ponta para desenvolver soluções efetivas que se disseminem por toda a cadeia. O palco do RS Innovation Agro integra a 46ª Expointer, em Esteio.
No painel “Agrofood connect: desafios de conexão no agro”, o coordenador de projetos da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai (URI) no campus Santiago, Higor Freitas Machado, apresentou resultados do projeto “Rastreabilidade e Autenticidade do Mel do Vale do Jaguari”, que teve aporte de edital do programa Inova RS, da Sict. Machado salientou a união da quádrupla hélice regional (universidades, empresas, governo e sociedade civil) em prol do mesmo objetivo, o que possibilitou mapear toda a cadeia da apicultura da região e gerar valor aos produtores rurais.
Ele alertou, porém, que algumas barreiras persistem na extensão dos benefícios de pesquisa aos agricultores. Entre elas, a linguagem. “Termos americanizados são difíceis para o produtor rural, lá no campo, entender. É preciso facilitar a comunicação”, alertou. O gerente regional da Emater/Ascar na região Central, Guilherme Passamani, reforçou a importância de uma linguagem simples. “Além disso, outro ponto é entender o problema que queremos saciar e buscar desenvolver tecnologias pra isso”, explicou.
A CEO da startup WeeCaps, Thaiane Marques da Silva, que é incubada na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), afirmou ser fundamental a pesquisa das “dores” do agricultor. “Temos de olhar mais para o mercado e para o que ele está pedindo”, frisou. Em relação às foodtechs, ela afirmou que a regulamentação é um empecilho na formulação de soluções mais ágeis. “Nós, que trabalhamos com microcápsulas, não temos legislação ainda para isso. Escalar o produto também é uma barreira para o desenvolvimento de tecnologias”, pontuou.