Dona Eva, uma das figuras mais queridas e respeitadas pela classe artística do RS e do país, agora vai deixar saudade. A Presidente da Fundação Theatro São Pedro, faleceu nesta quinta (7), e foi decretado pelo governador Ivo Sartori luto oficial do Estado por três dias. Para quem quiser se despedir de Dona Eva, o velório será no Theatro São Pedro, das 11h às 18h.
Nascida em 1923, em Frankfurt, na Alemanha, Eva Margareth Plaut fugiu do regime nazista com sua família para o Brasil. Na época, com apenas 13 anos, teve que aprender outro idioma, cultura e, o mais importante, o respeito às diferenças, compreendendo o significado das palavras sobrevivência e liberdade. Morou em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde casou-se com Wolfgang Sopher e teve suas filhas – Renata e Ruth.
Em 1960, mudou-se para Porto Alegre, onde dá início a um marco relevante na trajetória cultural do Rio Grande do Sul. Após tornar-se conhecida pelo trabalho como produtora cultural na Pró Arte, foi convidada a assumir, em 1975, o desafio de coordenar as obras de reconstrução do Theatro São Pedro interditado há dois anos devido ao mau estado de conservação e às precárias condições de segurança. Em 1982, quando foi criada a Fundação Theatro São Pedro, Dona Eva passa a responder por sua presidência.
A história de Eva Sopher já foi contada na biografia Doce Fera, escrita pelo jornalista Antonio Hohlfeldt, em filme, no documentário Eva e o Theatro, de Claudia Dreyer, e será sempre lembrada toda vez que se falar sobre cultura em nosso Estado.
Poucas mulheres têm, em sua biografia, depoimentos de artistas e grupos que reforçam o título de uma das maiores administradoras culturais do Brasil. Dona Eva deixa duas filhas, quatro netos e oito bisnetos, inúmeros amigos e admiradores de seu trabalho. Hoje, o Theatro São Pedro está em luto, mas sua equipe sempre a terá como mentora e inspiração, seguindo seus valores e seu amor pelas artes de palco.