Levantamentos que mostram a evolução da situação das estradas gaúchas desde o início das fortes chuvas em 29 de abril foram realizados pelo Departamento de Estradas de Rodagem (Daer) e pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), vinculados à Secretaria de Transportes e Logística (Selt) do estado. Os dados apontam que na manhã de 30 de abril, a chuva havia causado oito bloqueios totais, um parcial e quatro pontos de observação nas rodovias estaduais. No pior momento, foram 170 pontos de bloqueios de 79 rodovias em 97 municípios. Nesta quinta-feira (9), eram 73 trechos com bloqueios totais e parciais em 43 rodovias.
As fortes chuvas e enchentes que afetam o Rio Grande do Sul provocaram danos significativos nas estradas e pontes do estado. Obras como pontes, viadutos, passarelas e túneis também foram muito afetadas. Apenas nestes casos, relatório preliminar do Daer estima que sejam necessários quase R$ 230 milhões para recuperação. Os trabalhos de desobstrução de rodovias estão acelerados, com 40 trechos em 20 rodovias já liberados para tráfego.
Diante da evolução dos problemas, surgiu o mapa interativo, que reuniu as informações coletadas pelo Daer, Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) sobre pontos com bloqueios em rodovias. Antes, a integração das informações entre esses órgãos já vinha possibilitando iniciar o mapeamento das rotas para a entrega de produtos essenciais e para o tráfego da população.
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Mapa interativo mostra bloqueios totais e parciais em rodovias
EGR avança em liberação de rodovias
Na área administrada pela EGR, apenas dois trechos permanecem totalmente bloqueados por haver danos estruturais, no km 75 da ERS-130, entre Lajeado e Encantado, onde a ponte sobre o Rio Forqueta desabou, e no km 80 da ERS-129, em Muçum, devido ao desmoronamento da pista. Para esses casos, a empresa já anunciou a execução de um plano de ação emergencial de recuperação. Nas demais, o trânsito está liberado.
Daer trabalha para desobstruir rodovias
Os trabalhos de desobstrução são realizados em todas as superintendências regionais do Daer. Na região metropolitana e parte do vale do Caí, os maiores danos verificados foram nas rodovias federais. Nas rodovias estaduais, os eventos que mais geraram bloqueios foram água na pista e erosões, que já estão sendo contidos, por meio do contrato de conservação de rodovias.
Na região de Bento Gonçalves, mesmo em locais como a ERS-431, onde ainda havia uma ponte colapsada na enchente de setembro, novos danos ocorreram. Em Lajeado, a balsa foi levada pela correnteza, colidindo com a ponte do Rio Taquari. Na região, houve também danos em rodovias municipais, como na ponte da ERS-444, em Santa Tereza. Por ser a única ligação asfáltica do município, o Daer solicitou apoio ao exército para a instalação de uma ponte móvel.
As rodovias da região de Santa Maria também foram bastante prejudicadas. Na via estadual de acesso ao município de Dilermando de Aguiar, a ponte teve dano estrutural irreversível, com a ruptura de um dos pilares. Como é o único acesso ao município, o Daer solicitou apoio junto ao exército para a instalação de ponte móvel.
A região do Vale do Taquari foi uma das mais afetadas. Entre Travesseiro e Marques de Souza, a ponte colapsou. Apesar de ser uma via municipal, é a única ligação do município de Travesseiro com a BR-386. Por isso, o Daer também solicitou apoio do exército para avaliar a instalação de ponte móvel. Quedas de barreira, erosão no asfalto e água sobre a pista atingiram diversos pontos da região. Os trabalhos seguem em busca da desobstrução dos trechos bloqueados.
Na região de Cachoeira do Sul, na ERS-403, a água passando sobre a ponte do Rio Botucaraí provocou a interdição do trecho situado no km 39. Entre Agudo e Dona Francisca, na ERS-348, quilômetros de asfalto foram destruídos pela força das águas.
As demais regiões tiveram danos menores, com bloqueios causados principalmente por água sobre a pista.