A primeira etapa da Jornada Nacional de Inovação da Indústria reuniu empresários, autoridades e especialistas nesta quarta-feira (2), no Tecnosinos, em São Leopoldo, para discutir a necessidade de consolidar a cadeia tecnológica brasileira e estimular a inovação em fábricas tradicionais. O projeto é realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com o Sistema Fiergs no Rio Grande do Sul, e percorrerá todos os estados do país até março de 2026, quando ocorrerá o 11º Congresso de Inovação.
O vice-presidente regional da Fiergs do Vale do Sinos, Hernane Cauduro, que representou o presidente Claudio Bier, destacou que 90% da indústria gaúcha é formada por micro, pequenas e médias empresas que precisam de suporte técnico e institucional. “A inovação tem que ser o nosso presente. O perfil da indústria gaúcha é composto por micro, pequenas e médias, isso dá 90% do setor. Elas precisam de muito suporte externo da academia, do Sistema Fiergs e do poder público para, de forma articulada e unida, trabalhar em prol da transformação do segmento”, afirmou Cauduro.
A diretora-geral de Sesi-RS, Senai-RS e IEL-RS, Susana Kakuta, explicou que a iniciativa visa estimular inovação tanto em negócios tradicionais quanto em startups industriais. “Com esse evento, buscamos promover a inovação dentro das fábricas existentes nos setores tradicionais da economia do Rio Grande do Sul, mas também estimulamos as novas indústrias, chamadas de startups industriais. Neste sentido, a jornada tem o papel de revelar esse ramo que utiliza da tecnologia para transformar produtos e serviços”, destacou Susana.
Transição ecodigital
No painel Desafios para a transição ecodigital no RS, o diretor de Desenvolvimento Industrial, Tecnologia e Inovação da CNI, Jefferson de Oliveira Gomes, comentou a baixa destinação de recursos para biotecnologia. “Estamos em 2025 e dos R$ 40 bilhões investidos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, nos últimos três anos, o menor montante foi destinado a projetos relacionados à biotecnologia. Um país como o Brasil, tendo tamanha diversidade, não pode ter um número pequeno de projetos nesse ramo”, pontuou Gomes.
O diretor da HT Micron, Wilyan Hasenkamp, ressaltou a importância de união entre os setores. “É fato que precisamos passar por uma transformação radical no quesito tecnologia, contudo, já temos total capacidade de estarmos nesse mercado. Não nos falta talento, mas, sim, união”, expôs Hasenkamp, durante a palestra sobre o papel dos semicondutores para habilitar tecnologias limpas, inteligentes e sustentáveis.
Inovação no setor
No período da tarde, foram realizados dois workshops simultâneos, um sobre acesso a iniciativas de fomento à inovação e outro sobre gestão da inovação. O Rio Grande do Sul ainda receberá outras três etapas da Jornada Nacional de Inovação: Porto Alegre, no Tecnopuc, em 4 de julho; Caxias do Sul, no TecnoUCS, em 5 de agosto; e Passo Fundo, no Instituto Aliança, em 12 de agosto. Depois, o projeto seguirá para outras regiões do país, incluindo Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sudeste.

