O município de Santa Cruz do Sul vem dando passos largos nas políticas públicas de inclusão de pessoas com transtorno do espectro autista. Na última segunda-feira, 19, mais uma iniciativa foi lançada: o Ciclo de Palestras Autismo em Debate, voltado a chamar a atenção para os desafios enfrentados pelas pessoas autistas e suas famílias e propor ações capazes de contribuir para a construção de uma sociedade mais acolhedora. Esta primeira edição do evento, em alusão ao Dia do Orgulho Autista, celebrado em 18 de junho, aconteceu no auditório da Procuradoria-Geral do Município e foi dirigida a servidores públicos e familiares de autistas. A organização foi da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social.
Na cerimônia de abertura, a prefeita Helena Hermany falou sobre os projetos que vêm sendo coordenados pelo Município para acolhida e inclusão de diversos grupos sociais. “Estamos escutando as pessoas, para entender as necessidades e poder ampliar cada vez mais os trabalhos, sempre com carinho, cuidado e atenção”, disse a prefeita após comentar os serviços que serão ofertados no futuro Centro de Atendimento à Criança e ao Adolescente com Transtorno do Espectro Autista. Anunciado pela Prefeitura em abril, o espaço a ser implementado em breve terá acolhimentos específicos para quem convive com esse transtorno neurológico que afeta, entre outros aspectos, a comunicação e a interação social.
Nos debates – mediados pela coordenadora do Departamento Municipal de Inclusão da Pessoa com Deficiência, Adriele Vargas -, educação inclusiva, estratégias de apoio e suporte emocional estiveram em pauta. No turno da manhã, as palestras foram ministradas pela assistente social Claudia Queiroz e pela neuropsicopedagoga Miriane Nunes Dias, direcionadas a familiares de autistas e profissionais da educação, respectivamente. À tarde, o tema foi conduzido pelo enfermeiro Gustavo Gomboski, que repassou ensinamentos para profissionais que atuam na área da saúde.
Para a secretária municipal de Desenvolvimento Social, Roberta Pereira, “falar sobre autismo é falar também da necessidade das famílias serem acolhidas por meio de políticas públicas”. Em seu pronunciamento na abertura do evento, ela comentou os avanços do poder público nos últimos anos para olhar com mais sensibilidade às causas das pessoas com algum tipo de deficiência e garantiu que “a gestão municipal está atenta ao que ainda precisa ser feito para a plena inclusão de todas as pessoas”.
Participaram do Ciclo de Palestras, como convidados especiais, representantes de diversas instituições ligadas à causa, entre elas: Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Centro Regional de Referência em Transtorno do Espectro do Autismo (Centro Tea), Associação Comunitária Pró Amparo do Menor (Copame), Rede Gaúcha Pró-Autismo, Luz Azul – Associação Pró-Autismo de Santa Cruz do Sul, Associação Inclusão e Respeito ao Autismo (Aira), Conselho Municipal das Pessoas com Deficiência (Compede), ONG Desafios, Núcleo de Ações Criativas para Educação e Saúde (Naces), Instituto Cáritas e Centro de Neurodesenvolvimento com Ênfase em Autismo Criançare.