A campanha junho violeta, realizada anualmente, tem como objetivo alertar sobre o Ceratocone e conscientizar a população em relação as consequências de esfregar ou coçar os olhos. A doença é progressiva e há o encurvamento irregular da córnea, que a pode levar a assumir formato de cone, ao aparecimento de miopia e elevado grau de astigmatismo irregular com acentuada baixa da acuidade visual.
O ceratocone é a principal causa de transplantes de córnea no Brasil. Entre os mais de 23 mil transplantes realizados por ano, mais de 13 mil são de córnea. Um diagnóstico precoce e bem realizado pode evitar esse estágio da doença: “É fundamental a consulta com um médico oftalmologista. Ele é o especialista que pode realizar os exames necessários e indicar o melhor tratamento. O diagnóstico dado por outros profissionais e de forma errada pode levar a danos irreversíveis para a visão”, alerta a presidente da Sociedade de Oftalmologia do Rio Grande do Sul (Sorigs), Terla Castro.
Os sintomas apresentados pelo paciente no início da doença são desconforto visual, dor de cabeça, fotofobia, baixa da acuidade visual e troca frequente das lentes dos óculos. “É importante mesmo nesse período de pandemia que as pessoas consultem um oftalmologista para prevenir danos graves de visão. Os profissionais retomaram os atendimentos seguindo as normas de prevenção”, pontua Castro.
A doença acomete crianças, adolescentes ou adultos jovens e pode evoluir por toda a vida. Ela normalmente se estabiliza após os 35 anos. O tratamento consiste em evitar coçar os olhos, o controle da pressão ocular, o uso de óculos ou lentes de contato especiais, além de medidas cirúrgicas para os casos mais graves.