Aproximadamente 20 milhões de brasileiros sofrem com a asma. A doença crônica que afeta as vias respiratórias é a mais comum no país, ocasionando seis mortes por dia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 10% dos portadores enfrentam a forma grave da enfermidade, que não está controlada entre 60% e 90% dos casos.
Isadora Lottici, 15 anos, convive com a doença desde o primeiro mês de vida, quando foi diagnosticada. Até os oito anos, ela chegava a ser internada sete vezes por ano. “Foi uma luta de muitos desafios. De dias correndo para o hospital em busca de socorro para minha filha. Por isso, todos precisam saber que existe prevenção, que há tratamento. Quem tem asma pode mudar sua trajetória de vida”, contou a mãe, Tanara Lottici.
Ela atribui a qualidade de vida que a filha tem agora ao tratamento adequado que recebeu. “Hoje eu posso fazer atividades físicas com meus colegas. Minha vida mudou muito com o tratamento”, comemorou a menina.
Junto com os pais Everton e Tanara, Isadora participou do I Fórum Gaúcho de Asma e Asma Grave, realizado no sábado (13), no Anfiteatro Schwester Hilda Sturm, do Hospital Moinhos de Vento. Para completar o dia especial, a torcedora gremista teve a surpresa de ganhar das mãos do jogador do Grêmio, Rafael Galhardo, uma camisa autografada.
Doença silenciosa e negligenciada
O I Fórum Gaúcho de Asma e Asma Grave reuniu profissionais de saúde e pessoas que convivem com a condição. A programação, realizada pela Associação Crônicos do Dia a Dia (CDD), tratou do cenário atual, perspectivas de tratamento e políticas públicas sustentáveis.
Paulo Pitrez ressaltou que a asma é uma doença silenciosa e negligenciada muitas vezes pelos próprios pacientes. “A maioria se acostuma com a asma, tolerando os sintomas, crises, e limitações, sem buscar ajuda e tratamento, convivendo silenciosamente com a doença. Além disso, no Brasil, o acesso aos tratamentos de mais alto custo é muito complicado. Por isto, é preciso ouvir mais os portadores da asma e dar-lhes voz”, esclareceu o pneumologista pediátrico e pesquisador.
Dados publicados por um estudo da equipe de Pitrez com a participação de 2.500 alunos de escolas públicas de Porto Alegre mostraram que 20% das crianças são asmáticas, metade não tem a doença controlada, somente 30% tem medicação preventiva prescrita, e 8% foram hospitalizadas nos últimos 12 meses por causa da doença.
Membro fundador e Presidente do Grupo Brasileiro de Asma Grave (Grupo BraSA), ele destaca que eventos como este são essenciais para chamar a atenção da doença e unir os pacientes em defesa de maior acesso a atendimento especializado e novos tratamentos.

