Startup gaúcha participa de projeto Carbono+ da Bayer

Por Gabrielle Pacheco

A ConnectFarm, startup gaúcha, é uma das poucas empresas do Brasil e a única do Sul a integrar o projeto Carbono+ desenvolvido pela Bayer. A iniciativa tem por objetivo desenhar um futuro mais sustentável no campo e conectar o produtor brasileiro ao mercado de carbono. Com isso, a ConnectFarm já está levando tecnologia a 22 produtores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Além disso, cerca de 50 produtores de milho e soja selecionados para a Iniciativa Carbono Bayer foram selecionados para participar do Carbono+.

Com recomendações, ferramentas e tecnologia, o projeto incentiva a adoção de práticas sustentáveis para o uso eficaz do solo e melhor manejo das áreas produtivas. Assim, isso faz com que o agricultor aumente a produtividade, gere saldo positivo de carbono e reduza os gases de efeito estufa. Com isso, as propriedades participantes do projeto serão certificadas em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e a Bayer vai comprar esse carbono positivo.

Projeto Carbono+

De acordo com o diretor técnico ConnectFarm, Antonio Luis Santi, o trabalho consiste em contribuir com as melhores práticas para monitorar a dinâmica do cultivo em sistemas de produção de culturas, como milho e soja. Segundo o estudo “Projeções do Agronegócio, Brasil 2018/2019 a 2028/2029”, o crescimento deve ser de 27% nos próximos dez anos. “É um mercado de grande potencial, que trará benefícios ambientais, econômicos e sociais aos produtores, além de ajudar na preservação do ambiente e na reputação do setor”, explica.

Uma das propriedades que participa do Carbono+ é a Agropecuária Barufaldi, de Cachoeira do Sul, que tem como carro-chefe a produção de milho e soja. Além disso, também são cultivados trigo, arroz, canola e coberturas de solo como aveia e nabo forrageiro, além da criação de gado. “Todas as decisões são tomadas pela equipe que trabalha, seguindo as orientações dos técnicos. Assim, nossa expectativa com o projeto é altamente positiva. Os objetivos são aumento da produtividade, rentabilidade e uma propriedade ainda mais sustentável”, destaca o proprietário Wilson Barufaldi.

Para a Bayer, o mercado de carbono tem muito potencial, e um dos objetivos da empresa é conectar o agricultor brasileiro a ele. “Estamos intensificando uma abordagem transparente, colaborativa e baseada em ciência para ajudar os produtores na adoção de práticas agrícolas intensificadas, por meio do estabelecimento de iniciativas de carbono”, afirma o diretor do Negócio de Carbono da Divisão Agrícola da Bayer, Fábio Passos. “Esses são passos extremamente importantes rumo a uma agricultura carbono neutro, que ajudará a criar um futuro mais sustentável, e, ainda, significará uma nova fonte de receita aos produtores”, acrescenta Passos.

Tema em alta

O mercado do carbono tem sido discutido há anos por lideranças globais. Assim, o assunto foi destaque na COP 25, conferência da ONU realizada em 2019. No encontro, foram levantadas questões sobre o Acordo de Paris — tratado assinado por 194 países e que tem como meta a redução das emissões de gases de efeito estufa, além de prever a compra e a venda de créditos de carbono. Além disso, nos Estados Unidos, o presidente eleito Joe Biden defende a adoção de energias limpas e a redução das emissões de carbono.

ConnectFarm

Com menos de dois anos e atuação em território nacional, a gaúcha ConnectFarm, busca ampliar a produtividade, otimizar recursos e maximizar a rentabilidade. Conforme a empresa, atualmente ela possui mais de 120 produtores em sua carteira de clientes, totalizando cerca de 30 mil hectares sob análise.

Um dos projetos da agrotech é o Índice de Gestão Ambiental (IGA), baseado em um algoritmo que insere atributos do solo, das plantas e do ambiente. Assim, o sistema melhora a inteligência à medida que aumenta sua base de dados, permitindo uma recomendação mais assertiva para cada ambiente da propriedade. “Os dados transformam a compreensão dos processos produtivos, mudando expressivamente as propriedades”, destaca o CEO da ConnectFarm, Rodrigo Dias.

Foto: Eder Sari/Divulgação | Fonte: Assessoria
Publicidade

Você também pode gostar

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.