Seminário reúne especialistas para discutir ações pela saúde mental dos jovens

Por Stephany Foscarini

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. No Brasil, essa população teve um agravamento nos problemas psicológicos, sobretudo durante a pandemia. Mudar essa realidade e tornar mais efetivas as políticas públicas é o objetivo de um grupo de trabalho da Câmara dos Deputados, que realizou um dia inteiro de atividades nesta segunda-feira (30), em Porto Alegre.

Reunidos no Plenarinho da Assembleia Legislativa, especialistas participaram de palestras e oficinas temáticas no seminário “Promover para Prevenir – Saúde mental dos jovens no Brasil”. O evento gaúcho foi a primeira etapa de encontros do GT. O objetivo do grupo é fazer uma síntese das legislações vigentes, das proposições em andamento na Câmara, identificar ações de sucesso e propor novas iniciativas do poder público para beneficiar os jovens.

Precisamos criar uma rede de apoio que auxilie, ofereça tratamentos e perspectivas para tirar essas pessoas dessa zona de vulnerabilidade”.

“Precisamos criar uma rede de apoio que auxilie, ofereça tratamentos e perspectivas para tirar essas pessoas dessa zona de vulnerabilidade”, afirma a deputada federal Liziane Bayer (Republicanos-RS), que coordena o grupo. “Temos de ver, discutir, falar, agir, diagnosticar o problema e ter ações para aplicar nos municípios”, enfatizou a parlamentar, que liderou os trabalhos do dia com a deputada estadual Franciane Bayer (Republicanos).

Temos enfrentado índices crescentes de suicídios no Brasil nos últimos anos. E se observarmos as curvas, o grupo que mais teve aumento foi o dos adolescentes”.

Dando início às atividades, o coordenador-geral de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde, Rafael Bernardon Ribeiro, trouxe um panorama dos problemas psicológicos enfrentados pelos jovens. “Temos enfrentado índices crescentes de suicídios no Brasil nos últimos anos. E se observarmos as curvas, o grupo que mais teve aumento foi o dos adolescentes”, alertou.

Na sequência, os participantes se dividiram em oficinas temáticas ao longo da manhã e, à tarde, os resultados das discussões foram apresentados em conjunto. Foram abordadas as “políticas públicas de promoção à saúde mental dos jovens nos municípios”, com a facilitadora Claudia Weyne Cruz, do Comitê de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio da Secretaria Estadual da Saúde; “rede de proteção na atuação da saúde mental de jovens”, com Regina Paz, conselheira tutelar em Esteio; e “experiências exitosas nos municípios em relação à saúde mental de jovens”, com a educadora sanitarista Juçara Vendruscolo.

Fechando os trabalhos, Rosangela Machado Moreira, da área técnica da saúde de adolescentes da Secretaria Estadual da Saúde, palestrou sobre o tema “promover para prevenir: não ignore os sinais”. A profissional ressaltou os três tipos de violência: autoprovocada, interpessoal e coletiva, além dos fatores de risco e os sinais de alerta. “Precisamos sempre levar a sério o que escutamos, não ficar julgando e acolher com seriedade. São necessárias ações governamentais, da sociedade civil e dentro da escola, que sejam amplas e que deem conta desse cuidado. Também é muito importante que nossos jovens participem da construção de políticas públicas”, afirmou Rosangela.

As sugestões e experiências colhidas no Rio Grande do Sul serão incorporadas ao relatório final do grupo, que está sendo elaborado pela deputada federal Jacqueline Cassol (PP-RO). “Uma pessoa que é resgatada e acolhida já faz esse trabalho valer a pena. Será por uma vida hoje e outra amanhã, mas é para que sigamos firmes nesse propósito”, disse Liziane Bayer.

Foto: Elaine Martins/Divulgação | Fonte: Assessoria
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