A abertura oficial do Mês da Consciência Negra foi realizada na manhã desta segunda-feira (3), no Largo da Prefeitura de São Leopoldo. O evento marcou o início de uma série de atividades que ocorrerão ao longo do mês, organizadas pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos (Sedhu) e pelo Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (CMPIR), com apoio do Conselho Municipal de Povos Tradicionais de Matriz Africana (Compotma) e parceiros. A programação segue até o dia 30 de novembro, quando será realizada a Feira da Consciência Negra, na Praça da Biblioteca.
Durante a cerimônia, o prefeito de São Leopoldo, Heliomar Franco (PL), ressaltou a importância da valorização da história e da contribuição da população negra para o município. “Obrigada por toda a dedicação deste povo que construiu a história da nossa cidade junto com todos nossos ancestrais. Muito obrigada por continuarem aqui conosco com esta coragem e determinação de reconstruir essa cidade e entregar uma vida melhor para nossos filhos e nossos netos”, afirmou o chefe do executivo leopoldense.
Também estiveram presentes a primeira-dama e secretária de Assistência Social, Simone Dutra, a secretária de Direitos Humanos, Edite Lisboa, e a vice-prefeita, Regina Caetano, que reforçaram o convite à comunidade para participar das ações do mês e ressaltaram o papel das políticas públicas no enfrentamento ao racismo. A presidente da Câmara de Vereadores, Iara Cardoso (PDT), fez pronunciamento em apoio à causa.
Avanços e mobilização contra o racismo
A presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, Ana Lúcia Magalhães, destacou a importância do trabalho conjunto entre sociedade civil e poder público na construção de políticas de combate ao racismo. Ela lembrou conquistas garantidas por legislações federais, como a Lei 7.716/1989, a Lei 10.639/1996 e a Lei 14.532/2023, e mencionou ações municipais como o Comitê de Equidade, o Comitê Técnico da Saúde da População Negra, os conselhos CMPIR e Compotma, o Núcleo de Relações Étnico-Raciais da Secretaria de Educação e o Departamento de Igualdade Racial da Sedhu. “O Mês da Consciência Negra é, portanto, tempo de reflexão, mas também de ação, que possamos transformar este momento em um chamado de responsabilidade antirracista, reconhecendo que o racismo não é um problema das pessoas negras, mas um problema estrutural da sociedade brasileira. Sua superação exige coragem, compromisso e mudança de práticas”, afirmou Ana Magalhães.
Apresentações culturais e premiação estudantil
A cerimônia contou com apresentações culturais do grupo de capoeira da Associação Criança e Adolescente Helen Rosa (Acaer), com o mestre Lucas Silva e a educadora social Tamiris Dias. Alunos do 4º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Salgado Filho, acompanhados pela professora Sandra Grohe, apresentaram o trabalho científico “As histórias das mulheres negras e indígenas e o ODS 18”, premiado como Destaque Carlos Alberto Oliveira na Mostratec 2024, promovida pela Fundação Liberato em Novo Hamburgo.
O encerramento do ato teve bênção conduzida pela presidente do Compotma, Mãe Sueli Angelita, e por Mãe Bete de Yemanjá.
Próximas atividades
A próxima ação do Mês da Consciência Negra será uma roda de conversa com escritoras negras, marcada para a sexta-feira, 7 de novembro, às 19h, dentro da programação da Feira do Livro Ramiro Frota Barcelos, na Praça da Biblioteca.


