Santa Cruz e região têm alta incidência de casos de HIV

Por Amanda Krohn

A incidência de novos casos de contaminação pelo vírus HIV ainda segue elevada em Santa Cruz do Sul e Vale do Rio Pardo. A constatação é da enfermeira Micila Chielle, do Centro Municipal de Apoio à Sorologia (Cemas). A profissional quer aproveitar a chegada do Dezembro Vermelho, mês de mobilização nacional contra o vírus HIV, a Aids e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis), para chamar a atenção da comunidade para a questão.

O Cemas é centro de referência regional para o tratamento de HIV. Conforme a enfermeira, o serviço identifica de 10 a 20 novos casos por mês, entre pessoas de 20 a 60 anos. “São homens e mulheres, extremamente surpresos, que não esperavam ser contaminados”, diz. Atualmente, o centro trata cerca de 2 mil pacientes. Conforme Micila, a banalização em relação ao HIV tem provocado descuido com as condutas sexuais, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde – não usar preservativo, a falta de diálogo entre os parceiros e parceiras sexuais sobre sorologia e exames de infecções sexualmente transmissíveis, assim como a não realização de testes rápidos para IST a cada seis meses.

O diagnóstico tardio acarreta problemas mais sérios. “Muitas vezes, as pessoas acabam descobrindo o HIV já em internações hospitalares por problemas de saúde mais graves, em estágio avançado, em função de não realizarem um simples teste rápido”, comenta. Há também os casos de gestantes que descobrem a contaminação durante o exame pré-natal.

De acordo com Micila, os exames periódicos permitem um melhor tratamento à doença. “A resposta é bem mais rápida e eficaz. Quanto mais precoce o diagnóstico do HIV, melhor a resposta ao tratamento com a medicação antirretroviral”, explicou. Vale destacar os cuidados recomendados pelo Ministério da Saúde para evitar o contágio pelo HIV: a prática de sexo seguro, com uso de preservativos em todas as relações sexuais, realização de testes rápidos para Ists a cada seis meses, manter a vacinação em dia, conversar com as parcerias sexuais sobre resultados de sorologia e solicitar a realização de testes rápidos aos parceiros sexuais também.

Micila lembra que o Cemas e todos os serviços municipais de saúde fornecem preservativos gratuitamente, através do SUS. Além disso, os testes rápidos podem ser realizados em todos os postos de saúde do município, no Cemas, no Serviço Integrado de Saúde da UNISC e em serviços de saúde especializados também. “O paciente chega, solicita a realização, aguarda o momento do seu atendimento e faz o teste, que leva em média 20 minutos entre a realização do mesmo e o resultado”, explica. O Cemas mantém ainda horário de atendimento especial às quartas-feiras, das 17h30min às 20h30min, para a realização de testes rápidos da população em geral. Para marcar o começo do Dezembro Vermelho, o Cemas realizará, no dia 1/12, abordagens no centro da cidade com a distribuição de material informativo sobre HIV.

Foto: Luiz Fernando Bertuol/Divulgação | Fonte: Assessoria
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