Os três estados da região Sul apresentaram o melhor desempenho na taxa de desemprego entre as unidades federativas do país em 2020. Rio Grande do Sul (9,1%), Santa Catarina (6,1%) e Paraná (9,4%) respondem pelas três taxas de desocupação mais baixas do Brasil. A média nacional é de 13,5%, segundo o IBGE. “Durante a pandemia, o que se observou em todas as regiões foi um aumento da taxa de desocupação. Porém, essa taxa não subiu tanto nos estados do Sul a ponto de equipará-los aos demais do Brasil”, afirma Patrícia Palermo, economista e professora da ESPM Porto Alegre.
Existem três características próprias da região que nos ajudam a entender esse cenário: pirâmide etária, anos de estudo e distribuição de renda.
A economista afirma que as razões para o bom desempenho da região Sul no contexto nacional são anteriores à pandemia e que, historicamente, as taxas de desemprego na região já são mais baixas em relação ao restante do país. “Existem três características próprias da região que nos ajudam a entender esse cenário: pirâmide etária, anos de estudo e distribuição de renda”, afirma.
Conforme Palermo, as três variáveis têm impacto direto na dinâmica do mercado de trabalho regional. “Quando se têm menos jovens na população economicamente ativa, a média da mão de obra acaba sendo de trabalhadores com mais experiência. Além disso, o número médio de anos de estudo na região Sul é um pouco maior do que no restante do Brasil. Quanto mais elevado o nível de escolaridade, menor é a chance de desemprego. Esses dois fatores, aliados a uma melhor distribuição de renda em relação a outros estados, gera condições para mais empregabilidade entre paranaenses, catarinenses e gaúchos”, afirma.