Mesmo com a recente aceleração do processo de vacinação contra a Covid-19, os sulistas estão pessimistas com a recuperação econômica e sua própria condição financeira. Apenas 20% na região Sul acreditam que pode haver uma melhora financeira das famílias em 2021 (no Brasil como um todo, essa média alcança 23%).
Quando se avalia a situação econômica do país, o Sul também possui viés pessimista: enquanto a média no Brasil daqueles que acreditam que a economia vai se recuperar ainda em 2021 é de 13%, na região esse índice é de apenas 12%.
A população do Sul é ainda a mais pessimista do país em relação ao desemprego: no total, 78% acham que ele vai ficar na mesma ou piorar em 2021 (a média nacional é de 75%).
A conclusão é baseada nos números da segunda edição do RADAR FEBRABAN, realizada no período de 18 a 25 de junho e divulgada hoje (14.07). A pesquisa também detectou que, embora os prognósticos desfavoráveis permaneçam, houve melhoria da percepção sobre todos os aspectos econômicos avaliados em março, quando ocorreu a edição anterior da pesquisa.
Se melhorar, no que investir
Sobre o futuro, caso a situação financeira melhore, os sulistas estão entre os que mais querem investir em viagens, com 33% do percentual (a média brasileira é de 29%). A região Sul também aparece em segundo lugar, com 28%, na opção de investir as sobras do orçamento na compra de imóvel, ficando atrás apenas da região Norte (37%; a média nacional é de 27%).
A avaliação sobre as contribuições das instituições financeiras para o país e a população no Sul é positiva. 53% dos entrevistados acham que os bancos contribuem positivamente para o desenvolvimento da economia brasileira, mesmo índice registrado entre os que avaliam como positiva a contribuição dos bancos para ajudar o país, a população e seus clientes a enfrentarem a crise da Covid-19.
No geral, a satisfação com os bancos na região atinge 71%.
“Embora mostrem que ainda é grande o sentimento de pessimismo com relação à evolução da economia nos próximos meses, os números desta edição do Radar Febraban também revelam aumento substancial das expectativas positivas”

Presidente do Conselho cientifico do Ipespe, Antonio Lavareda
“Embora mostrem que ainda é grande o sentimento de pessimismo com relação à evolução da economia nos próximos meses, os números desta edição do Radar Febraban também revelam aumento substancial das expectativas positivas no que toca a alguns aspectos centrais, destacando-se o desemprego, que saiu de 12% para 22% de percentual entre os que acreditam que vai diminuir, e o poder de compra das pessoas, que aumentou de 16% para 25%”, aponta o cientista político e sociólogo Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), responsável pela pesquisa.
“Embora o contingente mais otimista ainda seja minoritário, o movimento – mais acentuado na faixa de maior instrução – sugere que o avanço da vacinação e dos sinais objetivos da retomada da economia irão impulsionar a partir de agora as expectativas positivas”, complementa Antonio.


