“Região Carbonífera foi novamente esquecida”, dizem prefeitos sobre leitos de UTI para o RS

Por Gabrielle Pacheco

Em nota oficial, a Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Asmurc) demonstrou sua frustração com a Portaria 1.280 do Ministério da Saúde. O texto, que habilitou leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para diversas cidades do Rio Grande do Sul, não contemplou o Hospital de Caridade São Jerônimo (HCSJ), apesar dos inúmeros apelos das comunidades.

“Infelizmente, a região foi novamente esquecida. Neste momento de calamidade pública, é lamentável que mais de 150 mil gaúchos sigam vivendo com essa incerteza”, destaca a nota, assinada pelo presidente da entidade, Miguel Almeida, prefeito de Minas do Leão.

O hospital é referência para nove municípios da região, que já tem 32 casos confirmados do novo coronavírus. No entanto, a instituição não possui leitos de UTI ou respiradores – estruturas fundamentais para atender casos graves da doença. No começo de maio, a Asmurc encaminhou ofício ao Governo do Estado pedindo apoio para o HCSJ. São necessários R$ 4,2 milhões para a instalação de 10 leitos de UTI e 40 de isolamento.

“Tivemos boa receptividade do Executivo ao nosso pleito, bem como da Assembleia Legislativa, o que gerou a expectativa de sermos contemplados”, relata Miguel. Diante da ausência do hospital na portaria, a Associação pede que o Executivo reforce o pedido da Região Carbonífera, que tem apresentado propostas para viabilizar o investimento.

“Sugerimos a utilização dos recursos previstos pelo Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus, além da negociação da dívida da saúde. Estamos dispostos a ajudar, mas não podemos fazer tudo sozinhos”, pontua o prefeito de Minas do Leão.

Confira a nota oficial da entidade

“Foi com grande frustração que recebemos a publicação da Portaria 1.280, do Ministério da Saúde, que habilitou leitos de UTI para diversos municípios do Rio Grande do Sul. Apesar dos inúmeros apelos da Região Carbonífera, a pasta não incluiu o Hospital de Caridade São Jerônimo entre as instituições beneficiadas, a qual está desassistida para o pleno combate à covid-19.

O hospital, que é referência para nove municípios da região, não possui leitos de UTI, tampouco respiradores — estruturas fundamentais para o atendimento de complicações causadas pelo novo coronavírus. O que é ainda mais necessário diante do avanço da covid-19 em nossas comunidades — já são 32 casos confirmados, com três pessoas internadas em São Jerônimo. Sem contar o avanço em diversas cidades do interior.

No começo do mês, encaminhamos ofício ao Governo do Estado pleiteando apoio para o hospital, que necessita de R$ 4,2 milhões para instalar 10 leitos de UTI e 40 leitos de isolamento para pacientes com a doença. Tivemos boa receptividade do Executivo ao nosso pleito, bem como da Assembleia Legislativa, o que gerou a expectativa de sermos contemplados.

Mas, infelizmente, a Região Carbonífera foi novamente esquecida. A ausência do Hospital de São Jerônimo na portaria nos deixa mais distantes da segurança para bem atender nossa população. Neste momento de calamidade pública, é lamentável que mais de 150 mil gaúchos sigam vivendo com essa incerteza. Enquanto o coronavírus vitima mais pessoas, nenhum centavo chegou até agora para a instituição.

Exigimos que a União tenha compreensão e solidariedade com nossa região. Historicamente, temos sido escanteados na disputa pelo desenvolvimento e pelas necessidades básicas de assistência às pessoas. Não somos cidadãos de segunda linha para vivermos sempre com o pires na mão. Queremos ser protagonistas de nossas próprias histórias.

Pedimos ainda que o Governo do Estado reforce sua posição ao lado da Região Carbonífera. Reiteramos nossa disposição em construir alternativas para garantir o atendimento à população, como a utilização dos recursos previstos pelo Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus, além da negociação da dívida da saúde. Estamos dispostos a ajudar, mas não podemos fazer tudo sozinhos.

Situações urgentes exigem respostas urgentes. Não podemos esperar que o coronavírus se espalhe em nossas comunidades até que tenhamos uma solução. É preciso agir, e a hora é agora. É inaceitável que fiquemos para trás em um momento crucial para toda a população”, finaliza.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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