Programa de empreendedorismo de impacto social e ambiental busca empresas parceiras

Por Ester Ellwanger

Os negócios de impacto social e ambiental – iniciativas comprometidas em transformar para melhor as comunidades nas quais estão inseridas ao mesmo tempo em que geram lucro e renda – estão em franco crescimento no Brasil. Segundo a Pipe.Social, em 2021 o País tinha 1.272 empreendimentos deste tipo, mais do que o dobro dos 579 registrados em 2017. Ainda de acordo com a plataforma, a maior parte destes negócios (49%) foi fundada por pessoas entre 30 e 44 anos – em segundo lugar, como grupo que mais empreende, estão os jovens de 18 a 29 anos, líderes de 22% das iniciativas.

Mas, ao mesmo tempo em que são animadores, esses dados refletem uma incômoda realidade: 66% dos empreendedores de impacto são brancos e 53% já concluíram alguma pós-graduação, o que evidencia uma bolha de oportunidades a ser furada.

Pensando nisso, a Fundação Gerações, uma organização da sociedade civil comprometida com a construção das gerações futuras, em parceria com um dos hubs do Tecnopuc, o Farol Hub Social, está buscando empresas parceiras para apoiar a segunda edição do DUXtec. Programa de fomento ao empreendedorismo de impacto social e ambiental, o projeto formou nove jovens em sua edição piloto realizada no segundo semestre do ano passado. Agora, com a ampliação do formato e da rede de parceiros, o DUXtec pretende beneficiar 300 participantes de zonas vulneráveis das principais cidades do Rio Grande do Sul.

“Partimos da premissa de que os jovens que moram em regiões vulneráveis e que têm o perfil empreendedor devem ser provocados a pensar criticamente sobre seus territórios e desafios, posicionando-se como agentes de transformação das suas realidades”, explica a coordenadora executiva da Fundação Gerações, Karine Ruy.

Formato do programa

Estruturado a partir do objetivo de inserir os jovens duxers no ecossistema dos negócios de impacto social e ambiental, o DUXtec está dividido em quatro momentos. Na primeira fase, os 300 selecionados participam de uma formação online para ampliar o conhecimento sobre demandas sociais, empreendedorismo, liderança e elaboração de propostas de negócios. Em um segundo momento, os duxers apresentam as suas ideias de iniciativas de impacto social e ambiental a bancas convidadas para um primeiro pitch.

Os projetos selecionados passam para a fase três, em que é feita uma imersão em cada negócio por meio de ferramentas de modulação de projetos, mentorias especializadas e networking direcionado. Por fim, na etapa de encerramento do programa, é realizado um encontro de integração em Porto Alegre reunindo todos os participantes para um pitch final com uma banca avaliadora e potenciais investidores.

 

De acordo com a líder de impacto do Tecnopuc, Ana Lúcia Suárez Maciel, a formação proposta pelo programa está alinhada à visão estratégica do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc). “Acreditamos no poder transformador da inovação social. Por isso, as portas do Tecnopuc estão abertas para novos modelos de negócios de impacto e para possibilitar que esses jovens também acessem oportunidades de desenvolvimento e conexões que irão qualificar sua trajetória empreendedora e profissional”, afirma.

O planejamento pedagógico do DUXtec abrange as habilidades do futuro listadas, anualmente, pelo Fórum Econômico Mundial, como pensamento analítico e inovação, aprendizagem ativa e estratégias de aprendizado, resolução de problemas, pensamento crítico, criatividade e liderança. A iniciativa também está conectada a três Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas: a redução das desigualdades, a educação de qualidade e o trabalho decente e crescimento econômico.

Como ser um duxer

Para que a transformação das comunidades aconteça, é fundamental que o jovem empreendedor esteja integrado a uma rede de sustentação dos negócios que serão idealizados e propostos por ele. É por isso que a seleção dos duxers será feita em parceria com organizações sociais que já atuam com jovens em comunidades para que possam funcionar com um ponto de apoio para os duxers ao longo de todo o processo. A seleção dos 300 jovens que integrarão a segunda turma do DUXtec será feita em março em parceria com as organizações mobilizadas. A primeira fase do programa será realizada de abril a junho; a segunda ocorrerá de julho a agosto; a terceira será de agosto a novembro e a última etapa acontecerá em dezembro.

 

Como ser investidor do programa

Em fase de captação de investidores até o final de março, o DUXtec oportuniza às empresas interessadas três possibilidades de participação no programa. A primeira é a de investidor estratégico, na qual a empresa leva o DUXtec para a sua região de atuação ou promove um desafio temático de inovação relacionado a sua área. Na segunda modalidade, investidor anjo, o investimento é em um fundo destinado à premiação dos projetos idealizados no decorrer do programa. A terceira possibilidade é ser um investidor parceiro apoiando diretamente bens e serviços utilizados para a concretização do DUXtec, como ajuda de custo para transporte, alimentação, mochilas, camisetas e outros itens.

Empresas interessadas podem entrar em contato com a equipe de coordenação do programa pelo e-mail duxtec@geracaodux.com.br.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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