Programa Catavida completa 10 anos de atividade

Por Gabrielle Pacheco

Criado em 2009, o Programa Catavida foi pensado como uma alternativa social e ambiental para a coleta de resíduos sólidos em Novo Hamburgo. A iniciativa foi elaborada para romper uma situação análoga ao trabalho escravo na Central de Reciclagem Roselândia e instruir catadores para o cooperativismo. Desde então, o programa se consolidou e conquistou diversos prêmios e financiamentos nacionais. Para comemorar a primeira década de trabalho do Catavida, a Comissão de Meio Ambiente da Câmara (Comam) propôs uma homenagem no início da sessão desta quarta-feira (27). O colegiado é formado pelos vereadores Enio Brizola (PT), Sergio Hanich (MDB) e Cristiano Coller (Rede).

Presidente da Comam, Brizola fez questão de destacar as pessoas que auxiliaram na construção do Catavida. “Este é o programa mais premiado da cidade de Novo Hamburgo. Uma tecnologia social certificada que transformou a vida de dezenas de pessoas. Uma história que significou a quebra das amarras que prendiam esses catadores a um opressor. Essas pessoas estavam submetidas a uma situação de trabalho escravo. A implantação do programa foi o reconhecimento a uma categoria profissional e permitiu a contratação de cooperativas e a remuneração do serviço público que elas prestam. O Catavida garantiu a emancipação de pessoas, que se tornaram donas de suas próprias vidas”, recordou.

“Este é o programa mais premiado da cidade de Novo Hamburgo. Uma tecnologia social certificada que transformou a vida de dezenas de pessoas.”

Uma das mentoras do programa, a assistente social Vera Rambo resgatou histórias e experiências que incentivaram a criação de uma alternativa. “Acompanhamos situações de famílias que processavam resíduos junto a suas casas. A renda era muito precária naquela época”, comentou. Servidora do Município, Vera sinalizou a importância da transformação do Catavida em política pública, o que está sendo proposto pela Comissão de Meio Ambiente. “Agradeço a sensibilidade da Comam em assumir essa responsabilidade. Perdemos parcerias por insegurança política, por isso a importância de transformar o Catavida em um programa contínuo de inclusão produtiva”, contou.

“Acompanhamos situações de famílias que processavam resíduos junto a suas casas. A renda era muito precária naquela época.”

Vera ainda pediu um resgate do crescimento do projeto. “Precisamos evidenciar que tivemos uma perda da envergadura do Catavida, que declinou nos últimos cinco anos. Suas ações já não são mais tão percebidas pela comunidade. Precisamos recuperar a marca que está presente na memória e no cotidiano das pessoas de Novo Hamburgo. Precisamos dar ao Catavida esse status de política pública organizada”, completou.

Foto: Kassiane Michel/Divulgação | Fonte: Assessoria
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