Prefeitura de Canela realiza ações em distintas áreas para minimizar estragos das chuvas

Por Jonathan da Silva

A Prefeitura de Canela tem trabalhado para minimizar os impactos das chuvas que atingem a cidade e o estado desde o final de abril. De acordo com o site Climatempo, a média de chuvas para maio no município é de 142 mm, mas até a segunda-feira (13) já foram registrados 529 mm, o que representa aumento de 373% sobre o acumulado normal para o período.

Em função da catástrofe, as atividades normais e prioridades dos serviços do poder executivo de Canela foram alteradas pela urgência de salvar pessoas que estavam em áreas de risco. No total, 246 pessoas precisaram deixar as suas residências. Destas, 208 foram para abrigos disponibilizados pela Prefeitura. Duas mortes foram registradas na cidade, na localidade de Rancho Grande, na zona rural.

O Salão Paroquial do município foi cedido à Defesa Civil para ser utilizado como ponto de arrecadação de doações e a cozinha industrial foi cedida para a produção de refeições para as pessoas afetadas. Para tornar a arrecadação das doações e a logística de entrega a quem precisa mais eficiente, a Defesa Civil passou a contar com um espaço próprio, alugado pela Prefeitura para essa finalidade, localizado na rua João Pessoa, 819, com horário de atendimento das 8h às 11h30min e das 13h às 17h.

Depois de auxiliar a retirada das famílias de áreas de risco, as equipes da Secretaria Municipal de Obras, Serviços Urbano e Agricultura concentraram os esforços na desobstrução das estradas, retirada de árvores caídas, limpezas de boca de lobo e drenagem. Os serviços foram realizados principalmente nas localidades de Morro Calçado, Bugres, Canastra, Rancho Grande, Chapadão, Passo do Louro, Morro do Catarina, Amoreiras, Quilombo, Linha São João e Linha São Paulo.

Remoção de árvore

De acordo com o prefeito de Canela, Constantino Orsolin (MDB), alguns pontos de alagamentos foram identificados na área urbana. Serviços devem ser realizados nesses locais com o objetivo de evitar que a situação se repita. Segundo o chefe do executivo, a cidade não sofreu com mais inundações porque recentemente a Secretaria de Obras realizou a limpeza de bueiros, o que colaborou com o escoamento das águas.

A Secretaria Municipal de Saúde está oferecendo assistência médica e psicológica às pessoas que estão em abrigos. Equipes percorrem todos os locais de acolhimento realizando atendimentos, renovação de receitas e encaminhando a especialidades, quando necessário.

Atendimento em abrigo

A Secretaria de Assistência, Desenvolvimento Social, Cidadania e Habitação está recebendo desalojados no Cras Santa Marta desde o início das evacuações e posteriormente encaminhado a abrigos em diversos bairros. Atualmente 265 pessoas estão fora de suas casas e destas 208 estão sob o atendimento da assistência, recebendo alimentação (café da manhã, almoço, lanche e janta) e diariamente a equipe passa nos abrigos para atender as demandas necessárias.

Pessoas que ficaram desalojadas, portanto, as que se deslocaram para casa de amigos e parentes, e que necessitam de algum tipo de auxílio como roupas, produtos de higiene e limpeza, ou para o cadastro de reparos em residências, devem procurar primeiramente por atendimento na base operacional da Defesa Civil, rua João Pessoa, 819, para receberem os devidos encaminhamentos.

Ações do executivo

A Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo tem atuado na análise de áreas de riscos, estudos de impactos ambientais, atendimentos a animais abrigados no Cempra e laudos técnicos necessários.

Para poder definir as ações de melhoria mais adequadas, a Prefeitura contratará uma empresa de geologia para realizar um estudo técnico, tanto da cidade quanto do interior. Através da análise, será possível identificar os locais propensos a deslizamentos de terra, inundações, afundamentos de solo, entre outros, em eventos futuros. Com isso, será possível traçar um plano de ações para reconstrução da infraestrutura danificada, de prevenção em situações climáticas extremas que possam acontecer novamente, bem como formas de mitigar os danos. “Em última análise, o objetivo do estudo é proteger vidas, propriedades e o meio ambiente”, explica o prefeito Orsolin.

Uma parceria público/privada dará agilidade no projeto técnico da ponte sobre o Rio Paranhana, no Passo do Louro. Em ambas as situações, passado esses trâmites a Prefeitura será a responsável pela execução das obras.

Um estudo nas redes de drenagem do município, limpeza e desassoreamento do lado do Parque do Lago também são ações que serão desenvolvidas pelo executivo.

A Secretaria de Educação, Esporte e Lazer de Canela está enfrentando desafios significativos devido às condições climáticas adversas que têm afetado o estado nos últimos tempos. Com uma frequência média de 76%, a administração tem adotado medidas flexíveis para lidar com essa situação e garantir a continuidade das atividades educacionais. Apesar das dificuldades enfrentadas, a rede municipal de ensino está em processo de retomada gradual das atividades. “Saímos de uma pandemia que nos atingiu fortemente, mas conseguimos dar a volta por cima. Mais uma vez vamos conseguir superar as dificuldades. O canelense é forte, resiliente, solidário e criativo”, destaca o prefeito.

Engenheiro visita Rota Panorâmica de Canela para elaborar projeto estrutural após danos causados pelas chuvas

O engenheiro Luis Carlos Competti esteve em Canela na quarta-feira (14) para realizar uma visita técnica ao trecho da Rota Panorâmica. O objetivo da visita foi a criação de um orçamento para a elaboração do laudo do projeto estrutural da via. O trecho que possibilita o trânsito entre alguns pontos turísticos da cidade foi fortemente atingido pelas chuvas que assolam o Rio Grande do Sul, necessitando passar por reconstrução e melhorias visando diminuir os impactos caso ocorram eventos da mesma magnitude futuramente

Criação de Coordenadoria, Conselho Municipal de Proteção e o Fundo Municipal para a Defesa Civil de Canela

Em meio às dificuldades enfrentadas pelo município devido à recente catástrofe ambiental no Rio Grande do Sul, os vereadores da cidade aprovaram dois projetos de lei fundamentais. Na última segunda-feira (13), foi aprovada a criação da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil, com o Conselho Municipal de Proteção e o Fundo Municipal para a Defesa Civil de Canela.

A iniciativa visa promover a segurança e o bem-estar dos cidadãos, além de preservar o patrimônio público e privado diante de desastres naturais. A Coordenadoria terá diversas atribuições, como a prevenção de desastres, uma resposta ágil a emergências e o investimento na capacitação da população.

O Conselho e o Fundo Municipal serão fundamentais para fortalecer as ações de prevenção, preparação, resposta e recuperação diante de situações de emergência e desastres. Essas medidas garantirão que o município esteja melhor preparado para enfrentar futuros desafios.

Com essas implementações, a Defesa Civil de Canela terá autonomia para articular, coordenar e gerenciar ações de proteção, promover a participação da comunidade e elaborar planos diretores e de contingência.

Governo do RS passa Canela para situação de emergência

O Governo do Rio Grande do Sul limitou o número de cidades que estão em calamidade pública diante das chuvas e das enchentes de abril e maio de 2024. O número considerava 397 municípios nesta condição. Agora são apenas 46. Outros 320 municípios estão em situação de emergência. Com isso, Canela passa do status de “calamidade pública” para “situação de emergência”. O decreto 57.614, de 13 de maio de 2024, altera o disposto no decreto 57.600, do dia 4 de maio. A normativa reitera o estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul.

No documento, o governo aponta que “a partir da maior precisão das informações das áreas afetadas e dos danos ocorridos, verificou-se que os municípios foram atingidos de forma diversa em seus territórios pelo mesmo evento adverso”, aponta o texto. Essa variedade de condições “traz a necessidade de reclassificação da intensidade do desastre, se considerado o respectivo território do município, para Nível II em algumas municipalidades”, conclui.

Quando ocorre a “calamidade pública”, os municípios precisam de ajuda dos governos federal e estadual para continuar prestando serviços básicos. Neste caso, as prefeituras têm acesso facilitado a recursos federais, podem fazer compras sem a necessidade de fazer licitações e, ainda, ultrapassar metas fiscais preestabelecidas por até 180 dias.

Na “situação de emergência”, as administrações locais conseguem manter o atendimento à população, mesmo que este esteja prejudicado. Ou seja, o município precisa de recursos complementares para seguir prestando suporte à população.

Nos próximos dias, o governo do Estado deverá publicar novas atualizações da lista de calamidade e de emergência conforme avançarem as análises.

O prefeito Constantino Orsolin encaminhou ofício ao Coronel Luciano Chaves Boeira, coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil – RS, reforçando que Canela tem sido severamente afetada pelas recentes chuvas, alagamentos e deslizamentos, resultando em duas mortes e em danos significativos à nossa comunidade. Diante dessa situação crítica, solicitou a reclassificação da intensidade dos desastres para o estado de Calamidade Pública.

Fotos: Gabriela Baethgen/Divulgação | Fonte: Assessoria
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