A Universidade Feevale, em parceria com a Superintendência de Tratamento de Efluentes Líquidos e Resíduos Sólidos da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan/Sitel) e o Comitê de Fomento Industrial do Polo (Cofip) do Polo Petroquímico de Triunfo (RS), realiza a fase dois do projeto Reúso.
A pesquisa tem o intuito de continuar as investigações da aplicação de processos de separação de membrana (eletrodiálise reversa – EDR e osmose reversa – OI) no tratamento dos efluentes industriais do Polo. O estudo emprega tecnologias que permitem a recuperação e a reutilização da água no processo produtivo das empresas associadas do polo, visando à recuperação e à redução da captação de recursos hídricos.
Quatro pesquisadores trabalham no projeto sob orientação do professor Marco Antonio Siqueira Rodrigues. Entre eles, está Paula Gonçalves Santos (foto), engenheira química e mestre em Engenharia com ênfase em Meio Ambiente. Paula, que é engenheira de Meio Ambiente na Innova e vice-coordenadora do Comitê de Gestão Ambiental do Cofip, é doutoranda no Programa de Pós-graduação em Qualidade Ambiental da Feevale, por meio do projeto Reúso.
“O ganho para a sociedade é incalculável e trabalhar para a proteção dos nossos recursos hídricos é gratificante”, destaca.
A engenheira explica como a iniciativa de tratar e reutilizar o efluente do Polo é desenvolvida: “Somos quatro pesquisadores: os três mestrandos são responsáveis por desenvolver o processo de reúso de efluente propriamente dito, descobrindo a melhor tecnologia a ser instalada no Polo e as melhores condições operacionais. As tecnologias de osmose reversa e eletrodiálise foram avaliadas na primeira fase do projeto, no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologias Limpas da Universidade Feevale e apresentaram resultados promissores”.
Ela comenta que, na fase atual, uma unidade-piloto foi instalada no Sitel para operação do sistema de forma contínua. Além da osmose reversa e eletrodiálise, o pré-tratamento e novas tecnologias, como microfiltração e ultrafiltração, também estão sendo analisadas.
“Quando se utiliza um sistema de tratamento por membrana, você tem um efluente entrando no processo, uma água clarificada ou desmineralizada sendo gerada e retornando às empresas e um efluente concentrado em menor volume para ser novamente tratado. A minha tese de doutorado investiga o tratamento desse efluente concentrado, buscando o zero liquid discharge (zero descarte de líquido), com reaproveitamento do sólido gerado”, continua a doutoranda.
“Estamos avaliando tecnologias simples, como precipitação e evaporação, e tecnologias mais complexas, como destilação por membrana. Existe pouca pesquisa nesta área e as existentes são, geralmente, para solidificação e aproveitamento de um composto como, por exemplo, do cloreto de sódio. Nosso desafio é entender como diversos compostos químicos misturados se comportam frente a essas tecnologias, separá-los e reaproveitá-los de forma sustentável”, finaliza Paula Gonçalves.