Pesquisa da Unisinos estuda viabilidade de redes privadas de 5G

Por Amanda Krohn

Uma pesquisa da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) está avaliando, de forma prática, a viabilidade do uso de rádios definidos por software (software defined radio – SDR, em inglês) como infraestrutura para uma rede privada de 5G. Já presente em todas as capitais brasileiras e com estimativa de beneficiar 50 milhões de pessoas, o mercado da 5G ainda deve evoluir bastante nos próximos anos.

O estudo, intitulado Infraestrutura 5G baseada em rádios definidos por software para redes privadas, faz parte de um amplo movimento na universidade. “Desde 2019, estamos estudando redes de comunicação 5G e redes de Internet das Coisas. O intuito é tornar a Unisinos um centro de referência em 5G no Rio Grande do Sul”, destaca o professor do curso de Graduação de Engenharia de Computação e da Pós-Graduação de Engenharia Elétrica da universidade, Lucio Rene Prade.

O objetivo da pesquisa é comprovar a viabilidade do dispositivo de rádio definido por software como infraestrutura para uma rede 5G privada. Mais acessível financeiramente, o rádio definido por software é versátil e permite o uso em diferentes locais e aplicações, uma vez que pode ser reconfigurado para trabalhar em diferentes frequências. Atualmente, existem vários estudos teóricos, mas poucos que avaliam o uso do rádio definido por software na prática.

Redes privadas podem ampliar segurança de dados

A proposta é estudar a possibilidade de transformar o rádio definido por software em um dispositivo que possa ser usado em ambiente industrial. Os pesquisadores estão verificando a confiabilidade e o alcance da rede para verificar sua viabilidade.  “Somos o primeiro grupo a tentar implementar isso com uma aplicação mais definida. Hoje, o 5G está dominado pelas grandes operadoras, que fornecem toda a infraestrutura”, explica Prade. E complementa: “As redes privadas seriam úteis para desenvolver uma estrutura de comunicação 5G dentro de uma empresa, em um local sem cobertura ou que precise de uma cobertura muito específica, como em aplicações industriais cujos dados precisam estar seguros”.

A pesquisa se encontra em fase de testes em laboratório, usando equipamentos de baixíssima potência — uma vez que, para implantações em áreas maiores, como no campus, por exemplo, é necessária a autorização da Anatel. A expectativa é de, em 2023, demonstrar a eficácia em uma prova de conceito.

O que é uma rede 5G privada?

O termo rede 5G privada é utilizado para descrever um sistema construído e operado exclusivamente para o uso privado de uma empresa, indivíduo ou entidade. É definida como uma rede não pública (NPN — Non Public Network), com uma implantação especializada e focada em atender necessidades pontuais, como na agricultura de precisão (áreas sem cobertura de rede celular de operadora) e na automação nas indústrias 4.0, onde se necessita de um ambiente controlado e acesso restrito. Na China, por exemplo, já são mais de 3 mil contratos de redes privadas. A estimativa é de que o total chegue a 5 mil ainda em 2022, conforme o diretor de soluções da Huawei no Brasil, Carlos Roseiro, em entrevista ao portal Teletime.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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