Garibaldi Gastrô 2021: democracia, saúde e afeto no Conexão Gastronômica

Por Stephany Foscarini

Ariana Maia, Bel Coelho, Beto Madalosso, Carla Saueressig, Carolina Rizzon, Catherine Tedesco, Eugênio Basile, Fernando Goldenstein Carvalhaes, Francisco Guimarães, Gustavo Albuquerque, Gustavo Rech, Jerônimo Villas Boas, João Grinspum Ferraz, Leonardo Alves de Andrade, Lis Cereja, Lucas Corazza, Luís Henrique Zanini, Márcia Basile, Marcos Livi, Orgalindo Bettú, Rodrigo Bellora e Sarah Winck de Almeida. Eles passaram pela tela do Garibaldi Gastrô 2021 nesta quinta-feira, 23, atraindo espectadores afinados com uma diversidade de temas que passou pelo mel, café, especiarias, erva-mate, chás, vinho, doces, fermentados, empreendedorismo, turismo, hotelaria e, claro, gastronomia. O conteúdo foi restrito aos inscritos.

Os chefs, cozinheiros, empreendedores, agricultores, professores, enólogo, sommelier, viticultor, ecólogo, historiadores, pesquisadores, teablender, confeiteiros e consultores compartilharam suas causas e motivações. “Quem assistiu teve a oportunidade de saborear vivências e causas que vão muito além de um negócio, mas que têm propósitos bem claros”, destaca a presidente da Associação Gastrô Serra Gaúcha, Catherine Tedesco. Mediados pelo chef e agricultor Rodrigo Bellora, o trio formado pelo historiador e criador João Grinspum Ferraz, pela chef e apresentadora Bel Coelho e pelo empresário Beto Madalosso, abriram a programação falando sobre a gastronomia no Brasil e como ela interfere no futuro. Entre as reflexões, a necessidade de democratização da terra que interfere, diretamente, na saúde de quem mais sofre, o produtor que bota a mão na terra, e do quanto o comportamento do consumidor também precisa mudar. O chef, confeiteiro e jurado do ‘Que Seja Doce’ da GNT, Lucas Corazza, adoçou a programação apresentando uma receita com especiarias.

Com tanta mudança no mundo gastronômico, muito em razão da pandemia do Coronavírus, impossível deixar de fora da pauta a necessidade de qualificação e o espírito empreendedor. Gustavo Rech, Gestor do Sebrae RS; Sarah Winck de Almeida, da Unisinos; e Carolina Rizzon, da UCS, ambas coordenadoras do curso de Gastronomia, falaram sobre as mudanças de atitudes geradas por empreendimentos gastronômicos. Segundo eles, as pessoas estão cozinhando mais em casa, o delivery aumentou e as oportunidades se multiplicaram, tornando a qualificação ainda mais essencial.

Defendendo que o mel é o ouro do Brasil, o ecólogo Jerônimo Villas Boas, e os empreendedores Márcia e Eugênio Basile, do site Mbee, são ativistas no assunto. Hoje, existem mais de 1.200 espécies de abelhas no Brasil, sendo que 50 delas têm potencial de produção de mel, própolis. Comungando do mesmo sonho real, eles trabalham para tornar este produto mais acessível a todas as classes sociais. No doce bate-papo, eles destacaram a barreira que enfrentam num país onde a cultura é baseada na cana de açúcar e o mel é a quebra de um paradigma. Para eles, a parceria com o mercado da gastronomia tem sido muito importante nesse processo. Definitivamente, ressalta Márcia, somos o que comemos. Ela comenta, ainda, que o mais importante é a polinização feita pelas abelhas, responsável pela reprodução das plantas.

O café também ganhou espaço no evento com o Gustavo Albuquerque, da William & Sons Coffe Co., e o Francisco Guimarães, da Fazenda Quintas de Guimarães. Atualmente, o Brasil é o maior produtor de café do mundo, sendo maior consumidor da bebida. Para a dupla, café sem história é apenas um produto. Eles falaram do processo da semente à xícara, garantindo que cada etapa revela as propriedades do café, considerado por eles uma bebida viva. Do café, o roteiro seguiu para a erva-mate com Ariana Maia da Inovamate e a teablender e sommelière Carla Saueressig, que chamaram a atenção para como a folha pode ser melhor aproveitada, além do chimarrão como chá. Como planta nativa da Mata Atlântica, tem forte importância para o bioma e vive um importante despertar. Na sequência, a confeiteira Liliana Andriola vai apresentou a receita do Sorvete de Erva-Mate que será servida no Jantar a Bordo da Maria Fumaça.

Para falar de fermentados, Lis Cereja da Enoteca Saint VinSaint, Luís Henrique Zanini, enólogo da Era dos Ventos, e Fernando Goldenstein Carvalhaes e Leonardo Alves de Andrade, da Cia dos Fermentados. Como técnica de transformação da segurança alimentar, a fermentação é defendida por eles como vida que veem como grande desafio, a grande revolução, olhar o futuro resgatando o passado. É fazer as pazes com a natureza. Outro case do Conexão Gastronômica foi o viticultor e enólogo Orgalindo Bettú, que trocou o mundo corporativo para regressar às origens da agricultura familiar rural. Em meio hectare, ele controla tudo o que faz, do plantio à colheita, da vinificação ao atendimento, numa verdadeira transformação em seu estilo de vida.

O fechamento da noite ficou com o visceral Marcos Livi. O chef, pesquisador e consultor em gastronomia, assegura que a palavra de ordem é natureza, e junto com ela vem água, história, público, acessibilidade e design de afeto, ou seja, aquele bule antigo, o fogão à lenha e por aí vai. Para ele, é urgente parar de falar em experiência, porque comer se tornou uma coisa chata, um monstro e as pessoas precisam se sentir à vontade.

O Conexão Gastronômica teve o patrocínio de Cooperativa Vinícola Garibaldi, Fruki – Água da Pedra, Miolo Wine Group, Orquídea, Sicredi, Super Apolo, Tramontina e William & Sons Coffee Co. Apoio: Apeme, Entelvias, Prefeitura de Garibaldi, Sebrae, SEGH e Uvibra – Consevitis, Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Hotel oficial: Casacurta.

Foto: Augusto Tomasi/Divulgação | Fonte: Assessoria
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