Fundação Iberê inaugura novas exposições nacionais

Por Gabrielle Pacheco

A Fundação Iberê inaugura no dia 12 de outubro (sábado) a exposição Território Oscilante, do artista carioca José Bechara. A mostra reúne 26 obras de diversos momentos de uma trajetória 30 anos, desde as pinturas oxidadas, passando pelos exercícios fotográficos, pelos seus muitos pequenos desenhos de ateliê e suas potentes instalações com vidro.

Com a curadoria de Luiz Camillo Osório, Território Oscilante vai da fotografia à instalação, apostando no transbordamento da experiência poética para fora das convenções expressivas determinadas pela história da arte. A apropriação das mesas como superfície escultórica e a volta constante ao desenho como exercício gráfico mostram que a obra do artista está em constante interrogação.

José Bechara iniciou seus estudos em 1987, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Quatro anos mais mais tarde, passou a integrar um ateliê coletivo na Lapa, centro do Rio de Janeiro, com Angelo Venosa, Luiz Pizarro, Daniel Senise e Raul Mourão. Mas foi somente em 1992, já em seu novo ateliê no bucólico bairro de Santa Teresa, que ele começou suas experimentações com suportes e técnicas diversificadas, até hoje uma característica marcante de seus trabalhos.

Outra particularidade de Bechara é a geometria. O carioca foi fortemente influenciado por Kasimir Malevich (1878-1935), um dos mais importantes pioneiros da arte geométrica abstrata, tendo fundado, em 1913, o Suprematismo.

“Há alguns anos visitei uma retrospectiva de Malevich no The Metropolitan Museum of Art e me assustei. Vi ali um mundo pensado no começo do século passado. Foi o trabalho, a pesquisa, a investigação e a poesia dele que me moveram nessa direção, mas com um dado novo que é pensar a geometria como um indivíduo que se esforça muito para emergir. Sim, a geometria é o topo da ciência que afirma o mundo, é precisa. Mas eu gosto de pensá-la como nós somos, humanos, cheios de falhas e imperfeições. A minha geometria sustenta peças que podem desmontar, vidros que podem quebrar, objetos depositados com gravidade e podem cair. Uma geometria com drama, esforçando-se para existir”, diz o artista.

“Sim, a geometria é o topo da ciência que afirma o mundo, é precisa.”

33ª Bienal de São Paulo – Itinerância Porto Alegre

Em parceria com a Fundação Bienal, a Fundação Iberê promove uma das etapas do programa de mostras itinerantes da 33ª Bienal de São Paulo, realizada entre setembro e dezembro do ano passado. Em Porto Alegre serão apresentadas cerca de 40 obras de artistas como Vânia Mignone, Antonio Ballester Moreno, Alejandro Corujeira e Sofia Borges. As exposições em circulação não replicam literalmente o que se viu na capital paulista, mas apresentam diferentes associações e relações a partir de recortes de obras e artistas.

Antes, no dia 10 de outubro (quinta-feira), o crítico e curador italiano Jacopo Crivelli Visconti chega a Porto Alegre para um talk sobre a programação da 34ª Bienal de São Paulo. O encontro ocorre às 17h, no auditório da Fundação, com entrada franca.

Serviço

O quê: Exposições Território Oscilante; 33ª Bienal de São Paulo – Itinerância Porto Alegre
Quando: 12 de outubro, sábado, às 14h
Onde: Átrio e 2º e 3º andares da Fundação Iberê – Porto Alegre/RS
Quanto: entrada franca

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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