Feira italiana deve gerar mais de US$ 30 milhões

Por Marcel Vogt

A feira italiana Micam Milano, que aconteceu entre os dias 17 e 20 de setembro, em Milão, deve gerar mais de US$ 30 milhões para as 76 marcas brasileiras expositoras. Integrando a terceira maior delegação estrangeira do evento, atrás da espanhola e turca, as empresas verde-amarelas foram apoiadas pelo Brazilian Footwear, programa de fomento à exportação de calçados.

A analista de Promoção Comercial da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Paola Pontin, destaca que a feira confirmou as boas expectativas e até mesmo surpreendeu algumas empresas. “O evento não somente teve grande movimentação nos primeiros dias, mas também contou com compradores qualificados”, comentou.

Segundo a analista, mesmo com os problemas macroeconômicos, a Europa se destacou como um grande consumidor de calçados brasileiros durante o evento. “Além de europeus, as marcas brasileiras reportaram visitação de compradores do Oriente Médio, Ásia, Oceania e Américas. Foi uma Micam Milano bastante internacionalizada”, acrescenta. Relatório da Abicalçados aponta que, in loco, foram comercializados mais de 740 mil pares de calçados brasileiros, que geraram mais de US$ 10,3 milhões.

Expositores

O coordenador de exportações da Andacco, Leandro Fernandes de Oliveira, conta que muitos pedidos foram concretizados no evento, o que transformou a edição da Micam Milano na melhor dos anos mais recentes. “Em comparação com a feira do ano passado, vendemos mais do que o dobro de calçados”, comemora. Segundo ele, além de clientes tradicionais, a empresa recebeu novos contatos de mercados da Austrália, Suíça, Arábia Saudita, Chile, entre outros. Com uma produção de 4 mil pares de calçados por dia, a empresa de São Sebastião do Paraíso/MG exporta cerca de 50% dos seus produtos, especialmente para os Estados Unidos, Europa e América Latina.

A CEO da marca Guilhermina, de Sapiranga/RS, Maristela Becker Hübner, avalia a participação como bastante positiva. “Recebemos clientes antigos e novos, principalmente dos Emirados Árabes Unidos, Israel, Austrália, Itália, França, Sérvia e até mesmo Ucrânia e Rússia”, conta. A empresa está buscando distribuidores para a Europa. “Na BFSHOW, em Porto Alegre/RS, receberemos um distribuidor italiano com o qual estamos negociando”, afirma a CEO. Produzindo de 800 a 1.000 pares diariamente, a Guilhermina exporta 50% de sua produção de calçados femininos premium para os Estados Unidos, Inglaterra, Emirados Árabes Unidos, Israel, Bélgica, África do Sul, República Dominicana, entre outros.

Estreando em feiras internacionais, a Kenner e a Redley, produzidas pelo grupo S2 Holding, do Rio de Janeiro/RJ, tiveram uma exposição positiva. Chamado para realizar a internacionalização das duas marcas, o diretor de exportações da empresa, Jefferson Berz, ressalta que a Micam Milano foi um marco na história das marcas. “Tivemos um feedback extremamente positivo, com negócios fechados já na feira e outros que ficaram alinhavados e que devem ocorrer na nossa próxima mostra, a BFSHOW”, avalia. Segundo o diretor, pelo menos 20% dos compradores que passaram no estande durante a mostra demonstraram interesse na mais nova feira internacional do calçado verde-amarelo que terá sua primeira edição na capital gaúcha. Com uma produção que totaliza 9 milhões de pares – somando Kenner e Redley -, a empresa busca a meta de exportar entre 10% e 20% dos seus calçados até 2028. “Para isso, as feiras internacionais são fundamentais”, conclui Berz.

Sustentável

No estande institucional do Brazilian Footwear uma exposição de calçados produzidos por empresas certificadas pelo Origem Sustentável, única certificação de ESG para a cadeia produtiva do setor no mundo, chamou a atenção. No total, foram expostos produtos de nove empresas que estavam com estandes na Micam Milano – Ramarim, Bibi, Calçados Beira Rio, Grendene, Kenner, Wirth, Piccadilly, Usaflex e Pegada.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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