De forma gradual, o comércio varejista está reagindo após dois anos de inúmeras provações causadas pela pandemia da Covid-19 e as restrições que ela originou. A mais recente Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgada pelo IBGE, mostrou dados animadores para o Rio Grande do Sul. O crescimento de 1,6% do volume de vendas em março deste ano na comparação com fevereiro, registrando o terceiro mês seguido de alta, e o aumento de 10,9% em relação a março de 2021. O resultado do terceiro mês deste ano fez o comércio varejista gaúcho registrar alta de 6,7% no acumulado em 12 meses. Isso possibilita a projeção do segundo semestre com resultados mais positivos para o setor.
O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul – FCDL-RS, Vitor Augusto Koch, observa que um dos fatores para essa boa expectativa é o incremento do mercado de trabalho, gerando renda para pessoas que até pouco tempo estavam desempregadas.
Mais renda para as famílias significa o aumento de consumidores no mercado. E isso é fundamental para que o comércio amplie suas vendas. Ainda existe um longo caminho para o varejo recuperar as perdas que teve desde março de 2022, porém para que isso aconteça é importante termos uma desaceleração de preços e redução da taxa de juros. Forte pressão nos preços e juro básico elevado não ajuda o comércio”.
“Mais renda para as famílias significa o aumento de consumidores no mercado. E isso é fundamental para que o comércio amplie suas vendas. Ainda existe um longo caminho para o varejo recuperar as perdas que teve desde março de 2022, porém para que isso aconteça é importante termos uma desaceleração de preços e redução da taxa de juros. Forte pressão nos preços e juro básico elevado não ajuda o comércio”, lembra Koch.
Embora o cenário atual no que se refere a inflação não esteja favorável, o presidente da FCDL-RS acredita que os preços do varejo se estabilizarão ao longo do ano. Para ele, é preciso que comerciantes e fornecedores cheguem a um denominador para viabilizar preços que caibam no orçamento dos consumidores.
A tendência é que o processo inflacionário dos preços do varejo ceda nos próximos meses. O comércio precisa desta estabilização para manter o viés de alta das vendas”.
“A tendência é que o processo inflacionário dos preços do varejo ceda nos próximos meses. O comércio precisa desta estabilização para manter o viés de alta das vendas. Já vemos que medidas como a redução do IPI, o corte da alíquota do imposto de importação de vários produtos alimentícios, o saque extraordinário do FGTS, o adiantamento do 13o salário do INSS, os repasses do Auxílio Brasil colocaram mais dinheiro em circulação no mercado. Ainda assim, é preciso revigorar a capacidade de geração de emprego no país e no RS para ampliar o poder de consumo das pessoas”, avalia o presidente.
Para o dirigente, internamente é necessário um forte empenho na realização das reformas estruturais e o ajuste das contas públicas para minimizar a elevação da taxa de juros no país. No que diz respeito aos fatores externos, a solução imediata do conflito entre Rússia e Ucrânia e a retomada do controle da pandemia na China seriam os cenários ideais para possibilitar meses mais tranquilos para o comércio brasileiro e gaúcho.
Mesmo com todos esses condicionantes, o presidente da FCDL-RS ressalta que a retomada da maior circulação de pessoas nas lojas favorece a expectativa de incremento das vendas no segundo semestre. Ele lembra que o varejo, em especial o de pequeno porte é muito dependente da compra presencial.
Outro fator importante para ampliar as vendas, especialmente dos segmentos de vestuário e calçados, é a chegada do inverno, que vai levar as pessoas a buscarem roupas e sapatos mais quentes para enfrentar as baixas temperaturas”.
“Outro fator importante para ampliar as vendas, especialmente dos segmentos de vestuário e calçados, é a chegada do inverno, que vai levar as pessoas a buscarem roupas e sapatos mais quentes para enfrentar as baixas temperaturas. Temos ainda, datas comemorativas importantes no segundo semestre, como o Dia dos Pais, o Dia das Crianças, a Black Friday e o Natal”, conclui Koch.