Depois de quatro meses consecutivos de queda, as exportações de calçados voltaram a crescer em junho, em relação mês imediatamente anterior. Conforme dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), em junho foram embarcados 3,6 milhões de pares, que geraram US$ 35,6 milhões, altas de 32,7% em volume e de 49% em valores no comparativo com o registro de maio. Por outro lado, no comparativo com o mês correspondente de 2019, as quedas foram de 44,6% em pares e 47% em receita. No semestre, a exportação de 43 milhões de pares gerou US$ 330,5 milhões, quedas tanto em volume (-24,6%) quanto em receita (-31,2%) na relação com o primeiro semestre.
O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que os números já apontam para um arrefecimento da crise no mercado internacional, com a retomada gradual do consumo em alguns dos principais mercados. “Já existe uma melhora no ambiente, mas ainda estamos muito abaixo da nossa performance habitual”, avalia o dirigente, ressaltando que as exportações devem cair entre 22% e 30% em 2020.
No primeiro semestre, o principal destino do calçado brasileiro no exterior foi os Estados Unidos, para onde foram exportados 4,4 milhões de pares por US$ 67,26 milhões, quedas de 31,5% e 34%, respectivamente, ante o mesmo período de 2019. O segundo destino do semestre foi a Argentina, para onde foram embarcados 3,2 milhões de pares, que geraram US$ 32,4 milhões, quedas de 8% em pares e de 25,5% em receita no comparativo com igual ínterim do ano passado. O terceiro destino foi a França, para onde foram exportados 2,97 milhões de pares, que equivalem a US$ 25 milhões, quedas tanto em volume (-14,4%) quanto em dólares (-4,2%) ante período correspondente do ano passado.
RS foi o maior exportador
O Rio Grande do Sul foi o estado que mais exportou calçados no primeiro semestre. Nos seis meses, os calçadistas gaúchos embarcaram 10,5 milhões de pares, que geraram US$ 146 milhões, quedas de 26,2% em volume e de 31,4% em receita no comparativo com o primeiro semestre de 2019. O segundo maior exportador do semestre foi o Ceará, de onde partiram 14,2 milhões de pares, que geraram US$ 81,97 milhões, quedas tanto em volume (-33,5%) quanto em receita (-37%) ante igual período do ano passado. O terceiro exportador do período foi São Paulo, de onde foram exportados 3,25 milhões de pares, que geraram US$ 34,6 milhões, quedas de 14% em pares e de 30,7% em receita em relação ao primeiro semestre do ano passado.
Importações
O desaquecimento do mercado mundial de calçados, para o qual se prevê uma queda de mais de 22% no consumo do produto, também tem refletido nas importações, porém com menor força do que nas exportações. No primeiro semestre, entraram no Brasil 12,7 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 158 milhões, quedas de 18,6% e 12,6%, respectivamente, ante período correspondente de 2019.
As principais origens das importações de calçados seguem sendo os países asiáticos. Somente os três primeiros do ranking, Vietnã, Indonésia e China, respondem por mais de 80% do total importado no período. O Vietnã foi a principal origem do calçado importado pelo Brasil, com 5,3 milhões de pares e US$ 90,36 milhões, queda de 6,4% em volume e incremento de 1,3% ante o mesmo período do ano passado. A segunda origem das importações no semestre foi a Indonésia, de onde vieram 1,6 milhão de pares, pelos quais foram pagos US$ 27,2 milhões, quedas tanto em volume (-30%) quanto em receita (-24%) em relação ao mesmo ínterim de 2019. A terceira origem foi a China, com 4,7 milhões de pares e US$ 19,6 milhões, quedas de 22% e 19,4%, respectivamente, ante 2019.
Em partes de calçados – cabedais, solas, saltos, palmilhas etc – a importação foi equivalente a US$ 10,6 milhões, 37,8% menos do que no primeiro semestre do ano passado. As principais origens foram China, Paraguai e Vietnã.