Estação emergencial de monitoramento é referência para o Guaíba

Por Marina Klein Telles

A Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), com auxílio do Serviço Geológico Brasileiro (SGB), instalou, no início de maio, uma estação emergencial de monitoramento do nível do Lago Guaíba junto à Usina do Gasômetro, em Porto Alegre. A medida emergencial buscou garantir dados de referência sobre o comportamento do curso hídrico, diante da inoperância da histórica estação oficial localizada no Cais Mauá, nas proximidades da estação rodoviária.

Em 3 de maio, uma régua própria para esse tipo de medição foi posicionada onde o acesso era possível em meio à cheia, por profissionais do Departamento de Recursos Hídricos e Saneamento (DRHS) do Estado e por técnicos do SGB.

O DRHS explica que a utilização de réguas manuais está prevista em casos emergenciais ou em pontos onde não há telemetria. Entretanto, o departamento alerta que o uso de recursos caseiros (trena, fita métrica etc.) para medir níveis de rios, sem um estudo técnico ou sem a atuação de um profissional capacitado, não é uma prática aceita como parâmetro para qualquer tipo de aferição.

Para fins de transparência, a metodologia adotada pelo corpo técnico está descrita e apresentada juntamente com os dados disponibilizados. O monitoramento emergencial tem sido acompanhado por profissionais da Sala de Situação do Estado e por pesquisadores do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que emitem previsões a partir de modelos matemáticos.

Na quinta-feira (23/5), pesquisadores da universidade emitiram uma nota afirmando que uma possível diferença na referência de níveis não afeta o resultado das previsões emitidas pelo IPH/UFRGS e acrescentaram que, a cada rodada do modelo de previsão, é adotada a referência oficial atual da Sema, do SGB e da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Segundo os pesquisadores, todas as variações relativas de subida e descida do Guaíba foram bem representadas.

Ainda que haja necessidade de ajustes futuros, o que é comum em hidrologia, inclusive com respaldo da literatura da área, as medições emergenciais na Usina do Gasômetro não impediram a adequada atuação das estruturas de resposta e disparo de alertas à sociedade, uma vez que a cota de inundação, fixada em 3 metros na estação histórica do Cais Mauá, já havia sido superada antes mesmo da instalação do ponto emergencial de monitoramento.

Para fins de registro histórico, a cota máxima do nível do Guaíba deverá ser avaliada detalhadamente quando houver condições técnicas para isso.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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