Encontro de networking da ACI debateu o papel do liderança na saúde mental das equipes

Por Marina Klein Telles

O estresse e o esgotamento no ambiente de trabalho foram assuntos em pauta na edição de novembro do Café em Empresarial. O encontro de networking realizado pela Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz do Sul na manhã da terça-feira (25), no Antigo Bistrô, reuniu empresários e profissionais de empresas. A discussão central girou em torno de como a gestão da energia individual e o papel da liderança são cruciais para a produtividade sustentável e a saúde mental das equipes.

O palestrante e educador Cesar Gründling conduziu os trabalhos com a palestra “Além do Estresse – Como Líderes conscientes constroem equipes antifrágeis e derrotam o Burnout”. Especialista em Transtornos do Sono, Neurociência e Mindfullness, com foco em Produtividade e Performance Humana, Gründling utilizou sua experiência na área para aprofundar a abordagem no tema. Destacou que a maior parte dos trabalhadores opera hoje com menos energia do que poderia, resultando em altos índices de estresse e baixa satisfação. O foco principal do seu trabalho é ensinar como potencializar a energia individual para alcançar a produtividade com bem-estar.

Ressaltou o fenômeno do presenteísmo, quando o colaborador está fisicamente no trabalho, mas com a produtividade reduzida, o que acaba sobrecarregando o restante da equipe. Segundo o especialista, trabalhadores bem energizados entregam uma vez e meia mais metas do que os cansados. “A maior origem principal desses fatores está na falta da capacidade de recarregar, principalmente à noite, pelo sono. Nós temos negligenciado muito. Pessoas que não conseguem se recarregar à noite são 40% menos produtivas.”

O conceito de antifragilidade foi associado à capacidade de o indivíduo conseguir recarregar sua energia em quantidade e qualidade para poder sustentá-la ao longo do dia. O palestrante observa que a resiliência, neste contexto, tem mais a ver com como a pessoa se recarrega do que com o quanto ela resiste ao estresse.

O Papel do Líder Consciente

Para reverter o quadro de esgotamento, Gründling defende que o líder assuma um papel mais proativo e estratégico.”Ter um bom líder é como ter um bom médico para a sua saúde física e mental”, compara.

Para uma gestão eficaz, afirma que os líderes devem usar métricas específicas (como estresse, sono e pertencimento) para entender as forças de caráter individual de cada membro da equipe. Essa leitura, segundo ele, é fundamental para evitar sobrecarregar colaboradores que já estão em um estado de baixa energia.

Ressaltou também a importância do pertencimento. “Não basta fazer parte da equipe, é preciso sentir que está colaborando e cooperando com o grupo, o que influencia diretamente a capacidade de entrega e a percepção do estresse”.

Dicas de autocuidado

O colaborador, por sua vez, tem um papel fundamental na gestão de sua própria energia. O palestrante destacou que os cuidados não se limitam mais aos exercícios físicos e à alimentação.

O sono foi enfaticamente apresentado como a chave da alta performance, pois a qualidade da recarga noturna afeta diretamente o desempenho diário (uma hora a menos de sono pode diminuir o desempenho em quase 10%).

Outro cuidado essencial é com hiperconexão digital, que tem roubado horas de sono e drenado a energia de forma indireta. Neste caso, o especialista sugeriu o que chamou de “faxina digital”.

A revisão de hábitos noturnos foi outra prática recomendada. A qualidade do sono e não apenas a quantidade de horas depende de hábitos noturnos, como evitar ambientes muito iluminados ou agitados antes de dormir. O objetivo é evitar que a pessoa acorde “como se tivesse lutado com alguém a noite toda”, ressaltou Gründling.

Foto: Divulgação | Fonte:  Assessoria
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