Documentário inspirado em livro retrata as religiões afro-gaúchas

Por Gabrielle Pacheco

O documentário longa-metragem Cavalo de Santo, baseado no livro homônimo da fotógrafa Mirian Fichtner, é fruto de dez anos de pesquisas entre os terreiros gaúchos e retrata o universo religioso afro-brasileiro no Rio Grande do Sul. Dirigido pela autora e pelo jornalista e produtor cultural Carlos Caramez, o longa será pré-lançado de forma virtual no dia 16 de abril, com live de apresentação e participação dos autores e convidados.

É uma forma de preservar os saberes e memórias desta cultura imaterial no Rio Grande do Sul, transmitida pela oralidade da ancestralidade negra no Estado.

A obra marca a estreia de Mirian Fichtner na direção de cinema com um longa-metragem. Segundo ela, “o maior desafio enfrentado foi transpor a linguagem fotográfica do livro para a narrativa cinematográfica”. O filme apresenta o complexo das religiões afro-gaúchas destacando o Batuque, a Umbanda e a Quimbanda com suas características e peculiaridades regionais. O longa conta com a participação de nomes importantes da ancestralidade religiosa afro-brasileira no Rio Grande do Sul e depoimentos de antropólogos e sociólogos. Também aborda a história e a formação das religiões, o racismo, a intolerância religiosa no RS e as diversas formas de luta do povo de religião para preservarem seus cultos e manterem a sua fé.

O longa teve como ponto de partida os dados IBGE 2000 e 2010, que apontaram o Rio Grande do Sul como o estado com maior número de terreiros e de fiéis declarados pertencentes a esse segmento religioso, proporcionalmente ao número da população. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) confirmou, em estudo realizado em 2011, Porto Alegre como a capital das religiões afro no Brasil.

Para Mirian, o objetivo do filme é dar voz e protagonismo aos personagens do livro. “Através do filme, é possível ouvir suas rezas, mostrar a cultura exuberante e conhecer a vida pulsante dos terreiros gaúchos. É uma forma de preservar os saberes e memórias desta cultura imaterial no Rio Grande do Sul, transmitida pela oralidade da ancestralidade negra no Estado”, pontua.

O filme longa-metragem “Cavalo de Santo” foi produzido pela Cubo Filmes, em parceria com a Estação Filmes, a Pluf Fotografias e a Caminho do Mar Soluções Culturais. Contou com o apoio da lei Aldir Blanc para sua finalização e lançamento.

Foto: Mirian Fichtner/Divulgação | Fonte: Assessoria
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