Documentário ‘Anhangabaú’, premiado em Gramado, estreia em Porto Alegre no dia 12

Por Jonathan da Silva

O documentário ‘Anhangabaú’, dirigido por Lufe Bollini, estreia nos cinemas no dia 12 de dezembro, em Porto Alegre. A obra, que aborda conflitos territoriais e resgata a memória indígena e artística na cidade de São Paulo, foi premiada como o melhor documentário no 51º Festival de Cinema de Gramado.

Com produção da Elixir Entretenimento, Kino-cobra Filmes e Fogo no Olho Filmes, o filme retrata a união da comunidade indígena Guarani Mbya com a Ocupação Ouvidor 63, a maior ocupação artística da América Latina, e o grupo Teatro Oficina. Segundo o diretor Lufe Bollini, o documentário busca “despertar em todo mundo a alegria guerreira” e propõe uma reflexão sobre a preservação da memória em contraposição à lógica da especulação imobiliária.

Rodado entre 2014 e 2020 na capital paulista, Anhangabaú utiliza referências do antropólogo e arquiteto italiano Massimo Canevacci para construir uma narrativa polifônica que aborda a disputa entre o capital especulativo e comunidades marginalizadas. Entre os personagens retratados estão Zé Celso Corrêa (1937-2023), fundador do Teatro Oficina, o ativista indígena Karai Djekupe, e a artista musical Verónica Valenttino.

O filme também recebeu o prêmio de montagem no Festival de Cinema da Fronteira e foi exibido em eventos como o Ecofalante, Filmambiente e Festivalbc. “São movimentos que contrariam a lógica do progresso gentrificador que destrói tudo que é memória”, afirmou Bollini, que também destaca a resistência da comunidade Guarani Mbya, que protege o cinturão verde da capital paulista.

Com roteiro de André Luís Garcia, fotografia de Rafael Avancini e produção executiva de Denis Feijão, o documentário aborda questões como a preservação de espaços de convivência popular e ecológica, em oposição à opressão urbana e à especulação imobiliária.

Para o produtor Rafael Avancini, “o filme é o fruto de sete anos de envolvimento cinematográfico ao lado de lutas sociais e artísticas no marco zero de São Paulo”. Já Denis Feijão ressaltou que a obra busca provocar debates. “A arte pode dissecar questões da nossa contemporaneidade e apresentar realidades muitas vezes desconhecidas”, salientou o produtor.

Foto: Rafael Avancini/Elixir Entretenimento/Divulgação | Fonte: Assessoria
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