A Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo (Fentitabaco) iniciou, nesta quarta-feira (19), primeiro dia de agendas da COP-11 em Genebra, reuniões com o embaixador do Brasil e com o chefe da Divisão de Saúde Global do Ministério das Relações Exteriores, Igor Barbosa, para discutir o andamento da conferência e reforçar a necessidade de participação dos trabalhadores nos debates oficiais. As conversas ocorreram diante das incertezas do evento e tiveram como objetivo garantir abertura para diálogo.
Segundo o presidente da federação, Rangel Marcon, os encontros serviram para apresentar demandas e reforçar o papel dos trabalhadores na cadeia produtiva. Marcon afirmou que, nas discussões, o grupo destacou que o setor depende não apenas de fatores econômicos, mas também sociais e humanos. “A avaliação é de que a COP-11 precisa olhar para a base da cadeia com responsabilidade e coerência, reconhecendo que é nos municípios e nas fábricas que a produção realmente acontece”, comentou o dirigente.
Marcon afirmou que o diálogo deve se tornar um compromisso efetivo. “Nós queremos um diálogo responsável e transparente. Não viemos buscar palco, viemos cobrar respeito à categoria que movimenta essa cadeia todos os dias”, destacou o presidente da entidade, que ressaltou que ouvir os trabalhadores significa compreender impactos diretos das decisões na vida de milhares de famílias que dependem da atividade.
Próximos passos internacionais
A federação projeta participar, em 2026, da conferência voltada ao trabalho da Organização Internacional do Trabalho, também em Genebra, para discutir o impacto de futuras regulamentações no emprego no Brasil. O objetivo é assegurar presença institucional dos trabalhadores e defender espaço de debate sobre efeitos das políticas na atividade. “A Federação já iniciou articulações para viabilizar a participação nesse fórum, com foco em uma pauta central: voz ativa nas decisões que podem comprometer postos de trabalho em todo o país”, afirmou Marcon.
O presidente acrescentou que a presença do grupo na COP-11 reforça a intenção de representar os trabalhadores com equilíbrio e responsabilidade. Ele afirmou que decisões sobre o setor devem considerar o papel de quem atua diariamente na produção e que a entidade busca manter diálogo permanente e técnico, com o objetivo de proteger postos de trabalho e valorizar a atividade.


