Comissão especial de Novo Hamburgo ouve Hospital Regina

Por Stephany Foscarini

A transferência do atendimento público a doentes com câncer, oriundos de Novo Hamburgo, para o Hospital Bom Jesus de Taquara foi assunto da reunião realizada na manhã desta segunda-feira (2), no Plenarinho da Câmara Municipal. Organizado pela Comissão Especial de Acompanhamento da Referência Oncológica do SUS, o encontro teve como objetivo principal ouvir os esclarecimentos trazidos pela diretora-executiva do Hospital Regina, Gisele Albani, e do advogado da congregação, Fábio Kinsel, sobre os motivos que levaram à não renovação do contrato e como se deram as negociações com o Executivo e a transferência dos pacientes. A prestação do serviço pelo Hospital Regina, até então referência regional, prosseguirá até o dia 26 de maio. Após essa data, ficará a cargo da instituição de saúde da cidade vizinha assumir integralmente os cuidados aos pacientes.

A comissão é composta pelos vereadores Enio Brizola (presidente/PT), Raizer Ferreira (relator/PSDB) e Semilda dos Santos – Tita (secretária/PSDB). Os parlamentares Inspetor Luz (MDB), Felipe Kuhn Braun (PP), Gustavo Finck (PP), Darlan Oliveira (PDT) e Gerson Peteffi (MDB), representado pelo assessor Fahbricio Müller Pereira, acompanharam as explicações, assim como a médica oncológica clínica com atuação no Hospital Regina Daniela Lessa, a atual presidente da Liga Feminina de Combate ao Câncer de Novo Hamburgo, Regina Dau, voluntárias da entidade, e representantes da OAB/NH.

Regina lutou pela permanência

A diretora-executiva Gisele Albani iniciou seu discurso reforçando a luta do Hospital Regina pela permanência do atendimento. “Desde 2014, estamos em negociação com o Executivo. Trabalhamos por anos com um volume muito maior do que está estipulado em contrato e é o próprio Município que sinaliza à instituição quantos atendimentos podemos realizar por mês. Temos 184 autorizações de internações hospitalares, mas internamos muito mais que isso. Dizer que o Regina fecha as portas não é verdade. Existe um recurso, um teto físico e financeiro. Mesmo assim não medimos esforços, mas chega um momento que não dá mais para suportar”, apontou Gisele. Segundo ela, o Regina produziu, em 2021, uma média de 215 internações por mês. Ela explicou que 908 pacientes estavam em tratamento no ano passado nos cinco municípios – Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha, Dois Irmãos e Ivoti. “Tratamento não é acompanhamento. São 908 pacientes fazendo quimioterapia, hormonioterapia e cirurgias. Ao todo, o serviço acompanha 3.500 pacientes pelo tempo médio de cinco anos”, disse.

Segundo a diretora do Regina, o contrato prevê o repasse de R$ 276 mil mensais, mas para a realização dos 5.285 procedimentos são gastos R$ 416.777,40. O Sistema Único de Saúde prevê R$ 1.500,00 por cada internação hospitalar. “Nós não recebemos essa diferença”, alertou Gisele. “Em um hospital 100% SUS, os recursos são diferentes. Quando o paciente acessa, nós tratamos o paciente. O Regina não regula quem é o paciente que acessa ou não o tratamento. É dever do Município regular essa questão. Agora, tudo é feito por meio do Sistema de Agendamento de Consultas do Estado. São 62 novos acessos por mês e mais uma média de 10 a 12 pacientes que são transferidos de outro hospital para cá. São 650 cirurgias por ano, em uma média de 54 por mês, e quase 90 mil atendimentos ano ambulatoriais”, especificou.

Para finalizar sua fala, ela destacou que foi o Estado que definiu a troca do hospital referência, no dia 7 de dezembro. O início do processo de transição de todos os pacientes em tratamento para Taquara começou já no dia 8.

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Foto: Tatiane Lopes/CMNH | Fonte: Assessoria
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