Casarão do século 19 é restaurado e sediará biblioteca municipal em Feliz

Por Marina Klein Telles

O Casarão Amália Noll, prédio remanescente da imigração na cidade de Feliz/RS, foi restaurado e será entregue a partir de 20 de julho. Após décadas fechado, o prédio histórico abrigará a biblioteca municipal de Feliz, além de sediar exposições. A data de abertura para a comunidade ainda será definida pela Prefeitura Municipal.

Construído no século 19, o conjunto histórico mescla áreas de enxaimel, pedra bruta, alvenaria de tijolos maciços e colonial português. Elementos da imigração italiana se misturam aos traços portugueses e alemães, uma vez que, no jardim do casarão, um pé de videira centenário teria sido a matriz dos parreirais implantados no distrito de Nova Milano por um dos primeiros imigrantes italianos do Rio Grande do Sul.

O casarão foi nomeado em homenagem a Amália Noll, cidadã felizense que morou no imóvel no século 20 e passou para o imaginário popular do município como uma pioneira do empreendedorismo cultural na região. Sua casa era cheia de cultura, com salão de baile, cinema e fotografia, expressão pela qual era apaixonada. Desse modo, o casarão foi o primeiro equipamento cultural da região.

No processo de restauro, as paredes em ruínas do Casarão foram estabilizadas, mantendo suas características originais. O telhado e o assoalho, que estavam completamente apodrecidos, foram substituídos devido à precariedade em que se encontravam, bem como a parte elétrica e hidráulica do prédio. A estrutura em madeira que servia como base para o assoalho foi preservada parcialmente de forma aparente, como testemunho da originalidade da edificação. Relíquias arquitetônicas foram resgatadas e apresentadas ao público em “janelas didáticas”, como por exemplo, o encanamento de barro usado na época para drenagem das águas e a técnica da escaiola (pintura que imita o mármore nas paredes).

A coordenação do restauro é da Escaiola – Arquitetura Rara, empresa que atua na área do patrimônio cultural desde 2013. Para a arquiteta e urbanista Juliana Betemps, sócia da empresa, “o restauro desse prédio é um exemplo de que é preciso ter persistência e acreditar na importância da preservação do patrimônio”. Atualmente, já está em execução a fase 2 do projeto cultural, que pretende elaborar os projetos de restauro da segunda etapa de obras, que compõem o espaço onde ficava o cinema do prédio.

O restauro do Casarão Amália Noll é um projeto viabilizado por meio do sistema Pró-Cultura/Lei de Incentivo à Cultura – LIC/RS (Lei n° 13490/2010). A iniciativa tem patrocínio Cerâmica Kaspary, Fibraform Indústria de Embalagens Plásticas, Malharia Anselmi, Vinícola Don Guerino, LB Comércio de Cereais, Lauro Weber Agrícola e Grupo K1.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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