A cidade de Três Coroas, no Vale do Paranhana, vem se consolidando como o berço da Canoagem no Rio Grande do Sul e moo Brasil e até no mundo. Isso porque, desde 1986 a Associação Três-Coroense de Canoagem (Asteca) forma crianças e adolescentes, mantendo a cultura desse esporte vivo na cidade.
A associação, com o apoio da Prefeitura Municipal e da Associação Desportiva e Cultural de Três Coroas (ADEC), é responsável por promover o Campeonato Pan-americano de Canoagem, o Campeonato Sul-americano de Canoagem e gerir a Escola de Canoagem.
O protagonismo da Asteca começou no início de 1989, com a criação do Parque das Laranjeiras, sede da associação, e a realização do primeiro Campeonato Sul-americano de Canoagem em Três Coroas. “Através do Parque, procuramos proporcionar as condições necessárias aos atletas para atingirem resultados nas competições que participam”, explica Leonardo Selbach, um dos fundadores da associação.
Com o lema “o esporte transforma vidas”, a Asteca tem como principal objetivo a integração da comunidade com a canoagem através da organização de eventos, incentivo à equipe de competição e à prática do esporte pela população, mas também trabalha para proporcionar um futuro melhor para crianças e adolescentes, em um ambiente de igualdade e de oportunidades.
“A Asteca, ao longo dos seus mais de 35 anos já formou atletas olímpicos e contribuiu na educação de jovens através do senso de colaboração, inclusão e competição, gerando maior comprometimento nas crianças no que se refere a responsabilidade na construção de um mundo melhor para todos”, ressalta o atual presidente da associação, Edrei Ascêncio.
Nesse sentido, o apoio da Prefeitura Municipal de Três Coroas é muito importante e já dura 15 anos. “A Prefeitura passou uma concessão de exploração e uso do Parque Municipal das Laranjeiras, ou seja, todos os serviços ficam sob responsabilidade da Asteca, assim como o uso do espaço. Isso garante a sustentabilidade dos projetos da associação”, afirma Cristian Krummenauer, diretor de turismo da atual gestão.
Segundo ele, o retorno que a Asteca traz para Três Coroas é percebido em diferentes âmbitos. “A canoagem é uma das representatividades visuais que ligam a identidade do município e trouxe a possibilidade de execução de projetos, assim como a formação de atletas e a visibilidade dos eventos para o município”, finaliza.
Da primeira geração da Canoagem
O interesse de Gustavo Selbach pela canoagem começou muito antes da fundação da Asteca. “Eu nunca tive habilidade para praticar outros esportes e a canoagem chamou a atenção quando via no fim de semana aqueles barquinhos passando pelo Rio Paranhana, cortando a cidade ao meio e meu irmão, da primeira geração de canoístas da cidade, me convidou para dar umas remadas no caiaque dele”, explica.
Ele lembra que naquela época não haviam escolinhas de canoagem, por isso todo o conhecimento era herdado dos remadores mais antigos. Com a criação da Asteca, as coisas mudaram. “Eles começaram a trazer pessoas de outros estados para nos ensinarem novas técnicas, novas possibilidades dentro da canoagem”, enfatiza.
Ao todo, foram quase 30 anos dedicados ao esporte. Nesse meio tempo, passou por todas as categorias: cadete (até 15 anos), júnior (de 15 à 18 anos), sênior (a partir dos 18 anos) e competiu jogos mundiais pela categoria master (dos 35 à 38 anos).
“Posso falar que a importância da Asteca, da canoagem e do esporte na minha vida me proporcionou muito autodesenvolvimento. Eu aprendi muito no esporte, vencendo, mas também, perdendo”, comenta Gustavo. Para ele, a associação segue no cenário como uma organização de destaque, por muito tempo base da seleção brasileira de canoagem, e também no Brasil e América do Sul.