Acist-SL realiza ciclo de palestras para líderes

Por Jonathan da Silva

Um ciclo de palestras focado em Gestão Emocional na Crise foi iniciado pela Acist-SL na segunda-feira (19). A programação, direcionada a gestores e líderes, faz parte de um projeto que busca fornecer subsídios para que lideranças possam desenvolver novas formas de gestão que acolham os colaboradores, especialmente em períodos de crise, como o das enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul em maio deste ano.

De acordo com a vice-presidente da associação, Rita Geremia Pavoni, o projeto está sendo elaborado com cuidado e carinho. “Esse evento é uma oportunidade única de refletirmos sobre a importância de uma gestão que acolha os colaboradores em momentos de crise. Queremos preparar as lideranças para lidar com situações adversas de maneira mais humana e eficiente,” afirma Rita.

A diretora de Saúde da Acist-SL, Leila Klin, ressalta que, ainda em 2024, está prevista a realização de um segundo encontro, que complementará as discussões iniciadas. “A entidade precisou se adequar para atender às demandas deste momento, ajustando seu calendário de temas, que inicialmente incluía a importância da Semana Interna de Prevenção a Acidentes de Trabalho”, pontua Leila. No entanto, segundo Leila, devido ao contexto de tensão vivenciado no Vale do Sinos, especialmente em São Leopoldo, a associação decidiu priorizar o tema de gestão emocional em resposta à situação enfrentada.

Gestão emocional na crise

A psicóloga Josivani Mendes, diretora na Dedicar-se Saúde Emocional e Bem-Estar e vice-coordenadora do Núcleo de Empreendedoras da Acist-SL, destacou durante o evento “Gestão Emocional na Crise” que as doenças psicoemocionais são a terceira maior causa de afastamento laboral no Brasil e que, até 2030, poderão se tornar a principal. De acordo com Josivani, a construção de uma cultura de cuidado psicoemocional é essencial para criar um ambiente corporativo menos propício ao desenvolvimento de transtornos. “As mulheres têm 40% mais chance de desenvolver transtornos psicoemocionais, o que torna ainda mais urgente discutir a gestão emocional nas empresas, especialmente após a crise que vivenciamos no Vale dos Sinos e em todo o Rio Grande do Sul,” enfatizou a psicóloga.

Josivani explicou também que a crise pode ser um processo necessário para a mudança, ressaltando a importância de auto-observação e preparação para novas formas de vida e tomada de decisões. “O estresse pode surgir de múltiplos ‘estressores’, mas é a falta de manejo que agrava a situação”, destacou a palestrante, que também questionou os participantes sobre os obstáculos para oferecer uma gestão empática.

Durante sua palestra, a psicóloga utilizou o modelo cognitivo para ilustrar como os pensamentos ativam as emoções, que por sua vez produzem comportamentos que reforçam os pensamentos. Ela apontou que o que dificulta uma gestão empática são condições de trabalho precárias, falta de conhecimento, baixa habilidade socioemocional e uma inteligência emocional limitada. “As lideranças precisam ter muito cuidado com a forma como tratam e acolhem seus colaboradores,” alertou Josivani.

A palestrante enfatizou ainda a necessidade de desenvolver habilidades sociais indispensáveis para uma gestão empática e assertiva, como autoconsciência, escuta ativa, comunicação eficaz e a construção de uma relação de confiança. “Acolher é estar presente, dar atenção, escutar sem julgamento e estar com o outro”, pontuou Josivani.

A psicóloga sugeriu também a técnica de grounding como uma ferramenta eficaz para momentos de alta ansiedade ou pânico, onde as pessoas podem se concentrar em cinco coisas que podem ver, quatro que podem tocar, três que podem ouvir, duas que podem cheirar e uma que podem degustar. A palestrante enfatizou a importância de reconhecer nossa humanidade no contexto da gestão emocional, destacando que a falta de uma boa gestão pode agravar situações de crise em vez de auxiliar. No lugar de adotar a mentalidade do “tenho que fazer”, Josivani sugere que seria mais benéfico adotar a abordagem “seria bom que”. Deste modo, é possível ter maior flexibilidade e há permissão para pensar de forma diferente, reconhecendo as emoções como um primeiro passo para melhorar as estratégias de gestão emocional.

A psicóloga afirmou que não é necessário deixar de sentir, mas sim aprender a manejar melhor o que sentimos. Para isso, é fundamental nomear, reconhecer e validar nossas emoções, além de praticar técnicas como a respiração e a autorregulação. A palestrante ainda destacou a importância de manter um sono adequado, uma alimentação balanceada, atividades físicas regulares e prazerosas, e a necessidade de mudanças no estilo de vida para uma melhor administração das emoções.

O Ciclo de Palestras é uma iniciativa da Acist-SL por meio da vice-presidência de Serviços e Diretoria de Saúde, e tem o patrocínio das empresas ELSMED, Exatta Contabilidade, Laboratório Fleming e Schuck Escritório Contábil.

Foto: Acist-SL/Divulgação | Fonte: Assessoria
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